O acordo foi atingido após o autocrata Omar al-Bashir ter sido deposto em abril daquele ano. No entanto, nas últimas semanas, houve uma grande divisão no bloco civil do governo e os temores de golpe aumentavam, sendo consolidado por Al-Burhan no dia 25.
Por Redação, com ANSA - de Cartum
Após ter sido preso por militares durante um golpe de Estado na última segunda, o premiê do Sudão, Abdalla Hamdok, foi autorizado a retornar para sua residência "sob forte vigilância" na noite de terça-feira. A informação foi confirmada pelo Gabinete do primeiro-ministro e acrescentou que a esposa do político, Muna Abdalla, também foi libertada. "Diversos ministros e líderes políticos estão ainda detidos em localidades desconhecidas", acrescenta a nota sem dar muitos detalhes da soltura. Hamdok e vários ministros civis foram presos por militares leais ao general Abdel Fattah al-Burhan na segunda-feira, em ação que causou uma série de protestos no país. Desde agosto de 2019, o Sudão vivia sob um governo transitório entre civis e militares em vista de uma normalização democrática. O acordo foi atingido após o autocrata Omar al-Bashir ter sido deposto em abril daquele ano. No entanto, nas últimas semanas, houve uma grande divisão no bloco civil do governo e os temores de golpe aumentavam, sendo consolidado por Al-Burhan no dia 25. O general era parte desse acordo, sendo o responsável pelo Conselho Supremo do país. Assim que tomou o poder, ele ordenou a prisão de diversos ministros e dissolveu todas as instituições que estavam sendo recriadas para ter um governo "de pessoas competentes".