Com a inauguração do novo GET na Zona Oeste, a rede municipal passa a contar com 100 Ginásios Educacionais Tecnológicos, atendendo a mais de 50 mil alunos, e com previsão de chegar a 200 unidades deste novo modelo de escola até o fim de 2024.
Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro
O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, o subprefeito da Zona Oeste, Diogo Borba, e o presidente da Rio-Urbe, Armando Queiroga, inauguraram, nesta terça-feira, o 100° Ginásio Educacional Tecnológico (GET) da rede municipal de ensino. É o GET Nelcy Noronha, em Campo Grande, na Zona Oeste, construído a partir da desmontagem da Arena do Futuro dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, que se transformou em quatro escolas públicas. O espaço vai atender a cerca de 400 alunos, do 6º ao 9º ano, no modelo de escola pública mais inovador do país.
– A gente pensou que seriam só 22 GETs, mas deu tanto certo que hoje já são 100 e estamos caminhando para ter 200 escolas seguindo o modelo mais inovador de educação do nosso país. E esse Ginásio Educacional Tecnológico é ainda mais especial porque ele segue o Legado Olímpico, que foi a construção de escolas a partir do material desmontado da Arena do Futuro – disse o secretário de Educação, Renan Ferreirinha.
O GET segue a abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e investe na qualificação da educação integral, com atividades das 8h às 14h30. Esse modelo educacional, lançado em março de 2022, tem por objetivo potencializar o desenvolvimento de novas competências e habilidades. Os GETs oferecem aos alunos a possibilidade de realizar projetos de forma interdisciplinar para além do livro didático. As escolas contam com laboratórios maker. Tudo para que o aluno consiga desenvolver projetos próprios e aprender colocando a mão na massa, ao tempo que impacta o entorno escolar.
– É um orgulho para a Zona Oeste participar da inauguração do centésimo GET, que é emblemático por fazer parte do Legado Olímpico. Quem não conhece tem que vir aqui conhecer esta escola, é um projeto sensacional que vai dar qualidade ao estudo das nossas crianças – afirmou o subprefeito da Zona Oeste, Diogo Borba.
Para potencializar ao máximo os benefícios do legado e evitar que os investimentos para a realização dos Jogos 2016 dessem origem a instalações sem uso, os chamados “elefantes brancos”, a Prefeitura do Rio adotou a arquitetura nômade em grande parte de seu projeto olímpico. Este conceito de construção prevê o reaproveitamento das instalações esportivas para transformá-las em outros equipamentos públicos.
– Essa é uma escola construída com materiais da desmontagem da Arena do Futuro. Estamos entregando um GET com sustentabilidade porque fizemos a recuperação de todo esse material. É uma escola com todo o conforto e acessibilidade, além de climatização e tecnologia para nossas crianças – destacou Armando Queiroga, presidente da Rio-Urbe, órgão responsável pela obra que é ligado à Secretaria Municipal de Infraestrutura.
Um dos itens do Plano de Legado feito para os Jogos Rio 2016 previu que a Arena do Futuro, ao término das competições, fosse desmontada e transformada em quatro escolas, que vão atender um total de cerca de 1.700 alunos. Os GETs Emiliano Galdino e José Mauro de Vasconcelos, construídos pela Rio-Urbe em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, foram inaugurados em 6 de fevereiro, em Santa Cruz e Bangu, respectivamente. O GET Nelcy Noronha nesta terça e o GET Mestre Diego Braga, no Rio das Pedras, tem previsão de inauguração para o fim deste mês.
A prefeitura investiu ainda cerca de R$ 10 milhões numa obra de drenagem para acabar com um histórico de alagamentos no entorno do GET Nelcy Noronha.
Até o fim do ano 200 GETs
Com a inauguração do novo GET na Zona Oeste, a rede municipal passa a contar com 100 Ginásios Educacionais Tecnológicos, atendendo a mais de 50 mil alunos, e com previsão de chegar a 200 unidades deste novo modelo de escola até o fim de 2024. São atendidos alunos de todas as idades e de todas as regiões da cidade, promovendo uma educação pública de qualidade e integrada ao mundo contemporâneo.
Novas inaugurações ainda em 2024
Além das escolas, dentro deste conceito de reaproveitamento das instalações esportivas dos Jogos para transformá-los em outros equipamentos públicos, a Prefeitura do Rio ainda vai inaugurar, em breve, o Parque Rita Lee, a partir da área de circulação e convivência dentro do Parque Olímpico, que também serviu para interligar as arenas esportivas. Uma instalação pública com mais de 900 árvores e 16 mil arbustos, quadras esportivas, praças, reforma do skate park, praça molhada e pisos coloridos, que será inaugurada ainda no primeiro semestre de 2024.
Já a piscina do Estádio Aquático Olímpico será montada no Parque Oeste. O parque sustentável ficará em um terreno de mais de 234 mil metros quadrados na Avenida Cesário de Melo, em Inhoaíba, Zona Oeste. Parte do Velódromo, que também está localizado no Parque Olímpico, receberá o Museu Olímpico.
A continuidade do plano de Legado Olímpico do Rio ficou paralisada entre os anos de 2017 e 2020, por decisão do governo anterior. Mas, a partir de 2021, o município voltou a investir na transformação da cidade para potencializar os benefícios e oportunidades conseguidas com a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, tanto no âmbito esportivo quanto de infraestrutura, que continuam a beneficiar a população carioca oito anos após a sua realização.
Rio tem excelência em aproveitamento do legado esportivo
Ainda na preparação para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, a população carioca começou a ser beneficiada pelo evento mundial. E o GEO é um exemplo. Criado em 2012, é uma escola voltada para o Ensino Fundamental, em tempo integral e tem como principal objetivo dar oportunidade para os alunos desenvolverem suas aptidões esportivas, sem abrir mão de uma educação de excelência. Atualmente, mais de cinco mil alunos estão matriculados nos 12 GEOs existentes na cidade: Barra da Tijuca, Santa Cruz (duas unidades), Pedra de Guaratiba (duas unidades), Santa Teresa, Benfica, Caju, Realengo, Pitangueiras, São Cristóvão e Senador Camará.
Ao longo dos 11 anos do projeto, uma importante alteração foi a ampliação do modelo para os dois segmentos do Ensino Fundamental, passando a atender alunos dos anos iniciais (1º ao 5º), além dos anos finais (6º ao 9º) que deram origem ao programa.
Outro exemplo de sucesso de legado esportivo para o Rio que beneficiou amplamente a população foi o Estádio de Canoagem Slalom, no Parque Radical de Deodoro. Com o término dos Jogos, além de servir para treino dos atletas e a realização de competições, o local, que tem área equivalente a sete piscinas olímpicas, se transformou em uma área de lazer para os cariocas, principalmente, durante o verão. Além de oferecer um amplo parque para o desenvolvimento de atividades sociais voltadas para a prática esportiva e cultural.
O campo de golfe dos Jogos 2016 também elevou o Rio à condição de ineditismo, quando a cidade optou por erguer uma instalação pública, com recursos privados, além de promover a recuperação de uma área ambientalmente degradada. Até a realização das Olimpíadas, o município era dotado de campos em clubes privados, onde somente sócios podem praticar. Em pleno funcionamento, atualmente, qualquer pessoa pode utilizar o equipamento olímpico.
Mas o principal êxito da construção do campo de golfe na Barra da Tijuca foi a recuperação de uma área de proteção ambiental degradada. Com uma extensão equivalente ao bairro do Leme, na Zona Sul, o local teve sua vegetação nativa triplicada, com o uso racional de recursos naturais e em consonância com a biodiversidade.
Confira um resumo dos benefícios proporcionados para a população carioca, com a retomada em 2021 da transformação do Legado Esportivo:
Arena Carioca 3
Modo Jogos: Recebeu as competições de Taekwondo e Esgrima nas Olimpíadas. E Judô nas Paralimpíadas.
Modo Legado: Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado
Mais de duas mil pessoas eram beneficiadas por mês em pelo menos uma das atividades gratuitas culturais e de diversas modalidades esportivas, como ginástica, musculação e vôlei, até agosto de 2022, quando a Arena 3 iniciou sua transformação para Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado. Com a construção do GEO, as atividades foram transferidas para o Velódromo e, posteriormente, para a Arena 2, em caráter temporário.
O GEO Isabel Salgado, inaugurado em 7 de fevereiro, é formado por 24 salas de aulas, recepção, uma unidade de alimentação e nutrição, sala multiuso e outra de apoio pedagógico, área de circulação, sanitários para funcionários e alunos, além de instalações esportivas com duas quadras e locais para a prática de judô, lutas, tênis de mesa e ginástica. Uma escola em tempo integral e que beneficiará cerca de mil alunos.
Maria Isabel Salgado foi um dos maiores nomes do vôlei brasileiro e defendeu mais de dez times em campeonatos nacionais. Talentosa desde muito jovem, teve uma ascensão meteórica e passou a integrar a equipe principal do Flamengo com apenas 16 anos.
Fez história ao ser a primeira jogadora brasileira numa equipe estrangeira, o Modena, da Itália, nos anos 80. Defendeu o Brasil nas Olimpíadas de 1980, em Moscou, e 1984, em Los Angeles. Após encerrar sua carreira, migrou para o vôlei de praia, onde também fez história ao se tornar campeã mundial em 1994. Uma referência no meio esportivo, também atuou um período como treinadora. Em 2016, foi um dos nomes escolhidos para carregar a Tocha Olímpica.
Isabel deixou cinco filhos. Três deles, Maria Clara, Pedro e Carol, são atletas que herdaram o talento da mãe no vôlei de praia. Nos últimos anos, Isabel se dedicava a cuidar da carreira dos filhos. Sempre presente nas causas em prol da mulher, no esporte, e também líder nas questões dos atletas em geral.
Arena do Futuro
Modo Jogos: Recebeu as competições de Handebol das Olimpíadas. E o Goalball nas Paralimpíadas.
Modo Legado:
Quatro GETs
Em março de 2022, teve início a desmontagem da Arena para ser transformada em quatro escolas, situadas nos bairros de Bangu, Campo Grande, Rio das Pedras e Santa Cruz, que vão beneficiar cerca de 1.700 alunos. As escolas serão Ginásios Experimentais Tecnológicos (GETs), um novo modelo de ensino implantado na rede que, por meio da abordagem STEAM (Science, Technology, Engineering, Art and Math), desenvolve uma aprendizagem baseada em projetos, atividades mão na massa e recursos que promovam a cultura digital. Cada GET será formado por dez salas de aula, uma de leitura, colaboratório, quadra poliesportiva e áreas administrativas.
Para erguer as escolas, o município utilizou-se do conceito de arquitetura nômade da Arena do Futuro e aproveitou materiais como o breeze (fachada das arenas), divisórias e louças.
Estádio Luso-Brasileiro
As estruturas das arquibancadas e da cobertura da Arena do Futuro foram doadas para o Estádio Luso-Brasileiro, de propriedade da Portuguesa, na Ilha do Governador. A doação vai permitir aumentar a capacidade de público do local que é de 5.044 para 16 mil espectadores.
Estádio Aquático Olímpico
Modo Jogos: Recebeu as competições de natação das Olimpíadas e das Paralimpíadas.
Modo Legado:
Parque Oeste
A piscina utilizada nas competições será montada no Parque Oeste. O parque ficará em um terreno de mais de 234 mil metros quadrados na Avenida Cesário de Melo, em Inhoaíba. Será um megaparque sustentável, além de preservar e ofertar novas áreas verdes na cidade para convivência. Vai contar com equipamentos culturais e esportivos. Entre as benfeitorias estão Vila Olímpica, Nave do Conhecimento, quadras poliesportivas, espaço ecumênico, pista de skate, ginásio coberto, palco, além de uma escola para 720 alunos e um Espaço de Desenvolvimento Infantil para cerca de 30 crianças em horário integral. Ainda serão construídos quiosques e um espaço destinado a oficinas. O projeto prevê o cultivo de 1.100 árvores e o plantio de jardins em uma área de aproximadamente 34 mil metros quadrados. A área reflorestada será de 61,8 mil metros quadrados.
Velódromo
Modo Jogos: Recebeu as competições de ciclismo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Modo Legado:
Atividades esportivas gratuitas
Até julho de 2022, o Velódromo esteve sob administração do governo federal. Após a Prefeitura do Rio retomar a instalação, o espaço passou a oferecer atividades esportivas gratuitas para duas mil pessoas por mês. Essas atividades eram desenvolvidas na Arena 3, que foi transformada em Ginásio Experimental Olímpico (GEO). Com o início das obras do Museu Olímpico, as atividades foram transferidas temporariamente para a Arena 2.
Museu Olímpico
O museu será dedicado ao Movimento Olímpico e contará a história da conquista, da preparação e da realização dos Jogos Rio 2016. Haverá ainda interação e tecnologia para reviver a atmosfera olímpica e tambémserá mostrada a transformação do Rio de Janeiro através do legado olímpico, em imagens e histórias, com destaque para os valores olímpicos e a importância do esporte para o país.
Competições
Por ser o mais moderno da América do Sul, o Velódromo recebe ao longo do ano várias competições nacionais e internacionais de ciclismo. As provas não são impactadas por outras ações que ocorrem no local.
Via Olímpica
Modo Jogos: Uma área de circulação e convivência dentro do Parque Olímpico, que também serviu para interligar as arenas esportivas e culminava no “Live Site”, esplanada destinada a eventos em frente à Lagoa de Jacarepaguá.
Modo Legado:
Parque Rita Lee
As obras começaram em fevereiro de 2023 em uma área de 36 mil metros quadrados. O novo parque público natural terá mais de 900 árvores e 16 mil arbustos, quadras esportivas, praças, reforma do skate park, praça molhada e pisos coloridos. Haverá ainda novos mobiliários urbanos, como 465 mesas e cadeiras, 27 brinquedos infantis, 14 aparelhos de ginástica e 14 bicicletários.
Centro Internacional de Transmissão (IBC)
Modo Jogos: O Centro Internacional de Transmissão (IBC) recebeu mais de dez mil profissionais de imprensa, que trabalharam no prédio onde funcionavam estúdios e eram geradas as imagens das transmissões oficiais dos Jogos.
Modo Legado: As estruturas de aço do IBC foram utilizadas para a construção do Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que vai ser um elo entre dois dos principais legados de mobilidade dos Jogos Rio 2016: o BRT e o VLT. O Terminal Gentileza foi projetado para ser o ponto de chegada ao Rio do BRT Transbrasil, que tem demanda mínima estimada em 130 mil pessoas transportadas diariamente. No local, os passageiros poderão pegar ônibus alimentadores para diversas regiões da cidade, além do VLT – que foi estendido em cerca de 700 metros a partir da Rodoviária Novo Rio – para circular no Centro do Rio e chegar à Central do Brasil, Praça XV e Aeroporto Santos Dumont.