Domingo, 08 de Novembro de 2020 às 15:16, por: CdB
O modesto ex-ministro da Economia, reconhecido como o arquiteto do rápido crescimento da Bolívia no governo Morales, começou a governar com o objetivo de aliviar uma nação dividida, que ainda se recupera da crise política.
Por Redação, com Reuters - de La Paz
Luis Arce assumiu a presidência da Bolívia neste domingo, após um ano de turbulência política, colocando novamente os socialistas no poder depois que o líder Evo Morales deixou o governo no final do ano passado em meio a protestos violentos. Arce, 57, prestou juramento em cerimônia em La Paz com a presença dos chefes de estado da Argentina, Paraguai, Colômbia e Espanha, entre outros, além de altos funcionários do Chile, Irã e do governo de Nicolás Maduro, da Venezuela. O governo do mandatário neofascista brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), sequer mandou um representante ao país vizinho.
O modesto ex-ministro da Economia, reconhecido como o arquiteto do rápido crescimento da Bolívia no governo Morales, começou a governar com o objetivo de aliviar uma nação dividida, que ainda se recupera da crise política e da pandemia do coronavírus.
— Temos diante de nós o grande desafio de reconstruir nossa economia, de gerar certezas, de gerar crescimento... de reduzir as desigualdades econômicas e sociais — disse Arce ao Congresso boliviano.
Os protestos em cidades como La Paz, Santa Cruz ou Cochabamba mostraram no domingo que o nível de tensão política continua alto.
Evo Morales
As mudanças feitas pelo Congresso — controlado pelos socialistas — para reduzir a maioria necessária para aprovar novas leis e a planejada volta de Morales do exílio na Argentina, onde vive desde que deixou a Bolívia em 2019, são alguns dos principais aspectos rejeitados pela oposição.
Evo, que liderou o país por quase 14 anos como o primeiro presidente indígena, provocou uma reação geral no final de 2019 ao se proclamar vencedor de uma eleição que a oposição considerou fraudulenta. O líder boliviano foi forçado a renunciar após protestos generalizados e perder o apoio da polícia e dos militares. Ele fugiu do país para o México e depois para a Argentina.
Arce, que foi escolhido pessoalmente por Morales e é um aliado próximo, disse que o ex-presidente não terá nenhum papel em seu governo. Morales deve voltar para a Bolívia na segunda-feira, antes de seguir para seu reduto rural em Chapare.