Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Pioneiro da inteligência artificial deixa Google e alerta para risco à humanidade

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Quarta, 03 de Maio de 2023 às 11:46, por: CdB

Cientista Geoffrey E. Hinton vê riscos no uso de sistemas de inteligência artificial por pessoas mal-intencionadas e defende pausa no desenvolvimento da tecnologia.


Por Redação, com DW - de Londres


O cientista britânico Geoffrey E. Hinton, um dos pioneiros no desenvolvimento da inteligência artificial (IA), demitiu-se da empresa de tecnologia Google e afirmou que o fez para poder falar sobre os perigos dessa tecnologia sem ter que se preocupar com o impacto que suas declarações teriam para o seu empregador.




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"É difícil imaginar como evitar que atores mal-intencionados usem a IA para coisas más", disse Geoffrey E. Hinton

Hinton, frequentemente chamado de "padrinho" da IA, disse que hoje lamenta ter dedicado a carreira ao desenvolvimento da tecnologia. "Consolo-me com a desculpa normal: se não tivesse sido eu, outro o teria feito", declarou ao jornal The New York Times, em entrevista publicada na segunda-feira.


Ele se une a outros especialistas que já advertiram para os riscos da IA diante de lançamentos como o ChatGPT e dos investimentos das grandes empresas de tecnologia nesse setor. "É difícil imaginar como evitar que atores mal-intencionados a usem para coisas más", declarou ao New York Times.


No Twitter, Hinton disse que a Google sempre agiu de forma muito responsável e negou que tenha pedido demissão para poder criticar o antigo empregador. Segundo o diário nova-iorquino, Hinton comunicou sua demissão ao Google no mês passado.


Para Hinton, a atual velocidade de desenvolvimento da IA assusta. "Veja como era há cinco anos e como é agora", comentou.



Ameaça à humanidade


No curto prazo, ele disse temer que a internet seja inundada com textos, fotos e vídeos falsos e que não seja mais possível, para as pessoas, distinguir o que é verdadeiro do que é falso.


Ele acrescentou que, mais adiante, a IA poderá substituir muitos trabalhadores e até mesmo se tornar uma ameaça à humanidade.


– A ideia de que essas coisas poderiam se tornar mais inteligentes que as pessoas, algumas pessoas acreditavam nisso. Mas a maioria das pessoas achava que isso estava muito distante. Eu pensava que estava muito distante, 30 ou 50 anos ou talvez mais. Obviamente já não penso mais assim – declarou.


Por isso, ele defendeu, assim como outros especialistas já fizeram, que a pesquisa nesse setor seja interrompida até que se entenda bem se será possível controlar a IA.


Em março, um grupo de especialistas defendeu uma pausa no desenvolvimento de sistemas de IA para dar tempo de assegurar que eles sejam seguros. A carta aberta, assinada por mais de mil pessoas, entre elas o empresário Elon Musk e o cofundador da Apple Steve Wozniak, foi motivada pelo lançamento do software GPT-4, uma versão ainda mais poderosa da tecnologia usada pelo ChatGPT.



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