Trabalhadores alertam: gasolina vai subir ainda mais. Em menos de 40 dias, Petrobras fez 11 comunicados ao mercado para venda de campos de petróleo, refinarias, terminais e ativos estratégicos.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Petroleiros foram às portas de refinarias, no Rio Grande do Sul, na quarta-feira, para protestar contra a venda de unidades da Petrobras. O ato, convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), alerta para o iminente aumento no preço dos combustíveis, além do desmonte da estatal. Em Canoas-RS, os trabalhadores protestaram contra a privatização da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), colocada à venda pela Petrobras junto com 260 quilômetros de oleodutos e dois terminais. “Cada refinaria, que saiu no primeiro lance de venda, está tendo um ato de seus funcionários. Nós já estávamos mobilizamos há vários meses, desde que a primeira venda foi anunciada, em 26 de maio”, disse Miriam Cabreira, diretora da Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RS). Os petroleiros protestam contra o esfacelamento do Sistema Petrobras. Em menos de 40 dias, a empresa fez 11 comunicados ao mercado para venda de campos de petróleo, refinarias, terminais, plantas de fertilizantes, subsidiárias, entre outros ativos estratégicos. – A Petrobras e o governo federal têm mentido para a sociedade dizendo que esse processo vai baratear o preço dos combustíveis. Não é verdade. A Petrobras, apesar de ser uma empresa que tem o governo federal como controlador principal, já opera como uma empresa privada e o resultado é o preço do combustível (em alta) que nós estamos assistindo – alerta José Maria Rangel, coordenador geral da FUP. Para os trabalhadores, ao colocar oito refinarias à venda, a gestão do atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco, coloca em risco a economia brasileira e deixa a população refém do mercado internacional. “Uma empresa privada que compra essa refinaria, ela vai ter que comprar também o petróleo para refinar, o que vai dobrar o custo do insumo básico. Então, o valor na refinaria aumentará e, consequentemente, a venda desse combustível ao posto também aumentará”, acrescenta Alexandre Pereira, técnico em operação na Refap.