A diferença se resume essencialmente a uma névoa. Ambos os planetas têm uma camada de névoa grossa e concentrada em suas atmosferas gasosas, mas esta camada é mais persistente em Urano, "branqueando" sua aparência vista do espaço e dando-lhe uma aparência de ciano mais brilhante.
Por Redação, com Sputnik - de Washington
Os dois planetas mais longínquos do Sistema Solar possuem semelhanças na sua composição e até na sua aparência visual, que cientistas agora pretendem explicar.
Cientistas afirmaram em um estudo publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets ter descoberto a razão de os planetas Urano e Netuno terem tonalidades de azul ligeiramente diferentes.
A diferença se resume essencialmente a uma névoa. Ambos os planetas têm uma camada de névoa grossa e concentrada em suas atmosferas gasosas, mas esta camada é mais persistente em Urano, "branqueando" sua aparência vista do espaço e dando-lhe uma aparência de ciano mais brilhante.
Em Netuno, tempestades violentas agitam mais sua atmosfera, fazendo com que sua camada nebulosa se condense em tempestades de metano líquidas, limpando a névoa à medida que ela cai em direção ao planeta. Já o Urano mais calmo, que aparece plano, não tem tal dinâmica. Sem essa camada de névoa, ambos os planetas teriam um azul profundo causado por nuvens de gelo de metano e sulfeto de hidrogênio, de acordo com os autores da pesquisa.
Os cientistas explicaram que determinaram isso ao observar ambos os planetas usando múltiplos comprimentos de onda de luz através do Observatório Gemini no Havaí, EUA.
– Este é o primeiro modelo a se ajustar simultaneamente às observações da luz solar refletida dos comprimentos de ondas ultravioletas a quase infravermelhos. É também o primeiro a explicar a diferença de cor visível entre Urano e Netuno – resumiu Patrick Irwin, professor de Física Planetária da Universidade de Oxford, Inglaterra, Reino Unido, e autor principal do estudo, à agência espacial norte-americana NASA, citado na terça-feira.
Planetas gasosos da Terra
Devido à grande distância dos dois planetas gasosos da Terra, os mais distantes do Sistema Solar, até agora somente a sonda espacial Voyager 2 os visitou de perto, enquanto todos os outros estudos foram realizados de longe, da Terra ou na órbita da Terra. Urano e Netuno eram demasiado longínquos e escuros para serem vistos a olho nu do nosso planeta. Apenas a invenção dos telescópios tornou possível a descoberta deles nos séculos XVIII e XIX.