A hipótese inicial é de que tenha começado com um curto-circuito no gerador de energia do hospital.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
Peritos da Polícia Civil do Rio de Janeiro estão tentando encontrar o foco primário do incêndio que atingiu na quinta-feira o Hospital Badim, na Zona Norte da cidade.
De acordo com o delegado Roberto Ramos, da Praça da Bandeira (18ª DP), que investiga o caso, ainda não é possível dizer onde começou o fogo.
Energia
A hipótese inicial é de que tenha começado com um curto-circuito no gerador de energia do hospital. Para Ramos, ainda não se pode afirmar isso. “Sabemos que o fogo chegou ao gerador, mas estamos vendo o foco primário, para saber se foi no gerador ou não”, disse.
Segundo ele, o trabalho dos peritos está sendo dificultado por questões como a fumaça, o calor e a pouca luminosidade dos locais investigados.
Ao ser questionado sobre a hipótese levantada pelo prefeito carioca, Marcelo Crivella, de que o incêndio possa ter sido criminoso, o delegado disse que ainda é prematuro fazer esse tipo de afirmação.
O delegado confirmou que, por enquanto, o número oficial de mortos é 10, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Corpos das vítimas
Os corpos das pessoas mortas no incêndio estão no Instituto Médico-Legal (IML). Parentes de algumas vítimas também estiveram no local acompanhando o processo de identificação e perícia.
Uma das vítimas foi Luzia dos Santos Melo, de 88 anos, que estava internada com pneumonia no CTI do hospital, segundo informações de seu filho Emanuel Ricardo.
Ele contou que o CTI foi afetado por uma fumaça e um cheiro de diesel, possivelmente proveniente da queima do combustível do gerador de energia do hospital, já que a hipótese inicial é que o fogo tenha começado com um curto-circuito no equipamento.
– Houve uma explosão muito grande e dessa explosão veio uma fumaça muito forte. Não teve fogo (no CTI), teve fumaça e um cheiro forte de diesel. Até que uma médica disse que tinha que tirar os pacientes. Minha mãe estava no boxe 2 e praticamente foi a última a sair daquele lugar – contou.
A Polícia Civil informou que as circunstâncias do incêndio estão sendo investigadas pela Delegacia da Praça da Bandeira (18ª DP) e que a perícia está sendo realizada no local.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, visitou o hospital na manhã de hoje e decreto luto de três dias. Segundo ele, um incêndio criminoso não está descartado e tem que ser investigado. “A cena é das mais tristes do mundo. Tudo preto. Uma fuligem no chão, que a gente imagina que seja de forro que pegou fogo. O prédio está completamente negro”, disse.
Hospital Badim
A Polícia Civil recolheu os aparelhos de imagem do circuito interno do Hospital Badim. O objetivo, segundo o delegado Roberto Ramos, da 18ª Delegacia de Polícia, é verificar se as imagens captadas registraram o início do fogo.
– Vamos verificar se há imagens da existência do fogo e da sua propagação – disse o delegado, que concentra as investigações sobre a tragédia.
Segundo Ramos, também está sendo investigado se houve um pico de luz, que possa ter afetado um dos geradores de energia, que teria explodido, segundo testemunhas que estavam no local. "Com a prova técnica dos peritos e as imagens, teremos ideia do que realmente aconteceu."
O coordenador de Operações da Defesa Civil do Município, Sérgio Gomes, disse que o prédio que pegou fogo foi interditado. Outra ala do hospital, recém-inaugurada, que não foi afetada, está liberada. Uma casa particular, nos fundos do Badim, foi interditada parcialmente, pois sofreu danos leves. O edifício residencial ao lado, que chegou a ser totalmente interditado ontem, já foi liberado aos moradores, com exceção de uma parte da garagem.
– Interditamos uma parte da garagem, porque há probabilidade de queda de uma parte do revestimento – disse Gomes.
Flores
No início da tarde, uma cena que chamou a atenção foi a chegada de um grupo de estudantes de escolas municipais, internos de um abrigo em Vila Isabel, que levaram um buquê de flores e um cartaz com frases de apoio às vítimas e às famílias.
– As crianças viram que aconteceu esta tragédia, e resolveram fazer esta homenagem – disse o responsável pelo grupo, o diácono Roberto, da Arquidiocese do Rio. No cartaz estava reescrito: "Nosso carinho e solidariedade aos doentes, aos familiares e aos profissionais do Hospital Badim".