Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Partido Comunista da China, dirigente da revolução popular

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Terça, 15 de Junho de 2021 às 06:00, por: CdB

 

A Nova China, que hoje emerge com fulgurante desenvolvimento econômico e social, baluarte da cooperação internacional e país defensor da paz mundial, é fruto da revolução popular, vitoriosa em 1º de outubro de 1949. 

Por José Reinaldo Carvalho – de Brasília

A Nova China, que hoje emerge com fulgurante desenvolvimento econômico e social, baluarte da cooperação internacional e país defensor da paz mundial, é fruto da revolução popular, vitoriosa em 1º de outubro de 1949.
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A revolução foi a maior e mais profunda mudança da história do povo chinês
Sem aquela revolução, um dos capítulos mais gloriosos da centenária história do Partido Comunista, não existiria a China moderna, em marcha acelerada para a realização do sonho de seu povo de revitalização nacional e construção de um país socialista poderoso, próspero, moderno, democrático e civilizado. A revolução foi a maior e mais profunda mudança da história do povo chinês, o marco inicial para que o povo se tornasse dono do próprio país, o construtor do Estado nacional, o senhor do próprio destino. Foi o corolário da luta heroica de três décadas conduzida pelo Partido Comunista Chinês, o coroamento da guerra patriótica contra a ocupação japonesa. A trajetória desta revolução beneficiou-se da herança da luta pela República conduzida em 1911 pelo líder nacional e democrata, o Dr. Sun Yatsen. A vitória da nova revolução democrática de 1949 levou a China a proclamar de uma vez para sempre o fim do sistema de monarquia absoluta feudal e, sucessivamente, fundar um sistema democrático-popular, unificar o país e suas distintas etnias, dar um ponto final à sociedade semicolonial e semifeudal, atirar na lixeira da história os tratados desiguais e humilhantes impostos pelas potências estrangeiras, extinguir todos os privilégios do imperialismo na China.

A revolução

A revolução pôs a China de pé, realizou um salto civilizacional para o povo chinês, deixou para trás a China do atraso e da submissão às potências imperialistas, abrindo caminho à transição para a afirmação da independência nacional, o desenvolvimento, o progresso, a justiça, o socialismo. Conforme a sistematização da historiografia chinesa, a revolução divide-se em quatro períodos: a guerra expedicionária do Norte, a guerra civil de dez anos (1927-1937), a guerra de resistência antijaponesa (1937-1945) e a guerra civil revolucionária, de 1945 até a fundação da República Popular da China, em 1949, também chamado de guerra de libertação do povo chinês. No primeiro período, no início da década de 20 do século passado, estabeleceu-se uma aliança entre o recém-fundado Partido Comunista com o Partido Kuomintang (nacionalista), em torno de um programa nacional e democrático, dentro de uma visão de frente única para conduzir uma ampla luta anti-imperialista e antifeudal. Esta aliança, em torno do Dr. Sun Yat Sen, líder do Kuomintang, se organizava em torno da missão de realizar uma guerra expedicionária contra forças reacionárias, que deu ensejo a um movimento popular pela convocação de uma Assembleia Nacional e a revogação dos tratados desiguais que subjugavam a China. O Massacre de Xangai de 1927 quebrou esta aliança. Foi um expurgo dos comunistas em grande escala. Um golpe contrarrevolucionário liderado pelo general Chiang Kai Shek, líder do Kuomintang após a morte do Dr. Sun Yatsen. Ficou explícita a hostilidade da nova liderança aos comunistas. Resultou no rompimento entre o Kuomintang e o Partido Comunista da China e marcou o início da Guerra Civil. O segundo momento foi designado como da guerra civil dos dez anos (1927-1937). Nesse período ocorreu a Longa Marcha, quando núcleos da guerrilha e do poder popular foram estabelecidos em regiões interioranas e houve encarniçada resistência armada contra o Kuomintang. A Grande Marcha foi uma retirada dos quadros do Partido Comunista e do Exército Popular de Libertação, para escapar à perseguição do exército do Kuomintang. O exército comunista, liderado por Mao Tsetung, composto por 100 mil homens (30 mil soldados, dos quais 20 mil feridos, e 70 mil camponeses) percorreu, entre 16 de outubro de 1934 e 20 de outubro de 1935, 12,5 mil km em condições extremamente duras. A marcha prolongou-se até que as tropas comunistas se estabeleceram na região de Shensi, extremo norte da China. No épico percurso, o Exército Vermelho consolidou a identidade revolucionária do movimento, por meio da propaganda revolucionária quanto aos objetivos pelos quais lutava. O terceiro período caracterizou-se como guerra de resistência antijaponesa (1937-1945) e o quarto foi o da terceira guerra civil revolucionária, de 1945 até a fundação da República Popular da China, em 1949, também chamado de guerra de libertação do povo chinês. Nessa trajetória, foi grandiosa a contribuição de Mao Tsetung. Com o rigor teórico de um marxista-leninista possuidor de densos conhecimentos filosóficos e históricos, Mao capacitou o Partido Comunista da China a percorrer o caminho justo para o triunfo da revolução. Sem a liderança do Partido Comunista e de Mao Tsetung, a revolução não teria triunfado, a República Popular da China não se teria transformado numa realidade pulsante, a construção do socialismo não teria começado. Mao Tsetung foi o mais importante líder da história da China. Tornou-se um dos mais destacados líderes da Ásia e de todo o movimento comunista mundial. Seu nome e sua obra estão ligados como inspiração e referência de todas as lutas emancipadoras dos povos dos países dependentes e oprimidos do século 20. Um dos princípios fundamentais da Revolução Chinesa, foi a linha de massas de Mao Tsetung, o desencadeamento do poder criador das massas populares, enriquecendo o acervo teórico do movimento revolucionário com a “chinificação” do marxismo-leninismo, a fusão da teoria revolucionária com a realidade concreta da sociedade chinesa e a prática concreta da revolução chinesa. A rigor, o pensamento de Mao Tsetung, também conhecido como maoísmo, é uma sistematização teórica, uma generalização de conceitos elaborados sobre a base da experiência concreta da revolução chinesa. Mao Tsetung enfatizou o pensamento próprio , a questão nacional, a questão camponesa, o protagonismo das massas populares como sujeito principal da revolução, o apoio nas próprias forças, as peculiaridades nacionais, o entrelaçamento da causa nacional com o socialismo. A maior contribuição de Mao Tsetung ao povo chinês e ao Partido Comunista da China foi aplicar os princípios do marxismo-leninismo à prática concreta da revolução chinesa. Esta foi uma das chaves da vitória da revolução. O caráter da revolução chinesa foi anti-imperialista, anticolonial e antifeudal. Para Mao Tsetung, o curso histórico da revolução chinesa se dividia em duas etapas: a revolução democrática e a revolução socialista. Ainda que fosse na primeira etapa uma  revolução democrático-burguesa, “já não pertencia à revolução de velho tipo dirigida exclusivamente pela burguesia com o objetivo de estabelecer uma sociedade capitalista”. “Uma revolução de Nova Democracia – dizia Mao – é uma revolução das grandes massas do povo, dirigida pelo proletariado contra o imperialismo e o feudalismo”. Tratava-se de uma “revolução democrático-popular”. E acrescentava: “revolução contra o imperialismo, o feudalismo e o capitalismo burocrático, apoiada pelas grandes massas do povo sob a direção do proletariado”, considerando esta formulação como a linha eral e a política geral da primeira etapa da revolução chinesa. Outro aspecto saliente da experiência da revolução chinesa foi a acumulação prolongada e ativa de forças por meio da criação e consolidação de bases revolucionárias no campo, cenário em que se desenvolveu a luta armada a partir da guerra de guerrilhas. Foi uma longa e cruenta luta , ocupando, com altos e baixos, fluxos e refluxos, os redutos das forças inimigas, a partir das quais foi possível acumular forças para a tomada do poder. A estratégia e a tática da revolução chinesa teve como um dos seus principais componentes a política de alianças. Orientava-se pela concepção de que nos países coloniais e semicoloniais era possível que o proletariado e seu partido estabelecessem, sob determinadas circunstâncias históricas, uma aliança com a burguesia nacional. Nela o proletariado e o partido comunista não deviam ocultar sua posição independente nem renunciar à disputa pela hegemonia. Para o Partido Comunista da China, a política de frente única com a burguesia nacional, no caso concreto, a aliança com o Kuomintang, era uma política com duas facetas, unidade e luta. Isto ocorreu principalmente durante a resistência antijaponesa.

Face da agressão japonesa

Em face da agressão japonesa, em julho de 1937, o Japão agrediu a China e em menos de três meses, suas tropas ocuparam o país. Liderados por Mao Tsetung, os comunistas assinaram com o partido nacionalista Kuomintang, dirigido por Chaig Kaishek um acordo de cooperação. Este implicou a obrigação assumida pelos comunistas de renunciar temporariamente à insurgência contra o governo de Chiang Kai Shek, que por seu turno assumia o compromisso de suspender as operações militares contra os comunistas. Entre 1938 e 1945, os japoneses se impõem, instituindo na China um Estado títere, reconhecido pelas potências do eixo nazi-fascista no quadro da Segunda Guerra Mundial. A luta revolucionária do povo chinês contribuiu, assim, para a libertação da humanidade do fascismo, o que abriu uma nova página das lutas democráticas e pelo progresso social no mundo.

José Reinaldo Carvalho, é membro do Comitê Central e da Comissão Política Nacional do PCdoB, responsável pela Solidariedade Internacional.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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