Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Participação de meninas cai na Olimpíada Brasileira de Astronomia

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Domingo, 03 de Fevereiro de 2019 às 10:16, por: CdB

De acordo com os dados de participação dos últimos 10 anos, no nível 1 da OBA, voltado para os estudantes do 1º ao 3º ano do ensino fundamental, a participação de meninas e meninos é praticamente a mesma, a média é 50,3% garotas e 49,7%, garotos.

Por Redação, com ABr - de Brasília

A porcentagem de meninas que participam da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a maior olimpíada científica do Brasil vem caindo, no ensino médio, ano a ano. De acordo com dados compilados para a Agência Brasil, em 2010, quando elas eram maioria, chegaram a representar 53,9% dos participantes. A partir de então, essa participação foi caindo. Em 2018, as meninas eram 48% do total.
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Na OBA, estudantes constroem foguetes feitos de garrafa pet, tubo de papel ou canudo de refrigerante
Com inscrições abertas, a organização da OBA pretende atrair mais participantes mulheres, sobretudo do ensino médio, para a competição este ano. “Qualquer uma das profissões também pode ser ocupada por mulheres, por que não as ciências exatas?”, diz o diretor da OBA e astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), João Canalle. A OBA está na 22ª edição e, ao longo da história, mobilizou cerca de 10 milhões de estudantes. Os melhores classificados na OBA representam o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica. Canalle lembra que uma das primeiras estudantes a representar o Brasil nesta Olimpíada, em 2011, foi a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP). “É uma mulher e isso poderia incentivar as meninas a participarem mais das olimpíadas científicas”, diz Canalle. De acordo com os dados de participação dos últimos 10 anos, no nível 1 da OBA, voltado para os estudantes do 1º ao 3º ano do ensino fundamental, a participação de meninas e meninos é praticamente a mesma, a média é 50,3% garotas e 49,7%, garotos. A diferença aumenta no nível 4, voltado para alunos do ensino médio. A OBA organiza também a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que neste ano está na 13ª edição. O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante. Nesta competição, a participação dos meninos também é maior que a das meninas. A média de participação delas, de 2009 a 2018, foi 48,1% no nível 1. A porcentagem cai, considerando o mesmo período, para 46,4% no nível 4. A presença de mulheres na ciência é algo que vem sendo discutido tanto no Brasil quanto internacionalmente. Estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostra que apesar de serem cerca da metade da população mundial, as mulheres representam apenas 28% dos pesquisadores em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Inscrições abertas

As inscrições para as escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio que ainda não participaram da OBA e da MOBFOG vão até o dia 17 de março. O cadastro é único para os dois eventos e deve ser feito pelo site www.oba.org.br. A prova, composta por dez perguntas, sete de astronomia e três de astronáutica, será aplicada no dia 17 de maio. Já os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe. Após o dia 17 de maio, a escola deverá informar os nomes dos participantes e os alcances obtidos por seus foguetes. Todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado e os estudantes que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas. Os melhores colocados nas competições também poderão participar de eventos voltados para o tema. Os alunos e os professores podem se preparar para a prova através do aplicativo Simulado OBA, disponível para celulares, tablets, e computadores, e pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores. A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Paulista (Unip).
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