Os trabalhadores pedem reajuste nos valores de taxas de entrega e limitação nas rotas por bicicleta.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
Entregadores de aplicativos fazem nesta segunda e terça-feira uma paralisação em diferentes partes do país. O novo ‘breque dos apps‘, expressão pela qual ficaram conhecidas as manifestações da categoria, pede reajuste nas remunerações e melhores condições de trabalho.

Instituições que reúnem representantes dos entregadores, como associações e sindicatos, divergem sobre as estimativas de adesão, variando entre as dezenas e centenas de cidades com mobilizações confirmadas. Em buscas nas redes sociais, é possível verificar postagens de entregadores em capitais e outras cidades em diferentes regiões do país convocando os colegas a participar.
Entre as reivindicações apresentadas, os trabalhadores pedem reajuste do pagamento mínimo por entrega (atualmente em R$ 6,50) e no adicional por quilômetro rodado; limitação das rotas de bicicleta (para no máximo três quilômetros de deslocamento) e pagamento de taxas integrais por entrega, dando fim aos cortes nos valores quando um entregador pega mais de um pedido para cumprir no mesmo trajeto.
Segundo o Sindicato dos Motoboys de São Paulo (Sindimoto), a categoria está há mais de quatro anos sem reajustes nos valores recebidos.
A mobilização desta semana acontece enquanto a discussão sobre a regulamentação do serviço está parada no Congresso Nacional. O tema foi colocado em pauta em 2023, e é alvo de divergências dentro da própria categoria, em meio a pressões das empresas para convencer parte dos trabalhadores de que eventual vinculação de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) seria desvantajosa.
Manifestação
Em nota à imprensa, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa marcas como Ifood, Uber, 99 e Zé Delivery, disse que as empresas respeitam o direito a manifestação e mantêm canais abertos de diálogo com os entregadores.
A instituição ainda manifestou apoio à regulação dos serviços, apontando que “atuam dentro de modelos de negócio que buscam equilibrar as demandas dos entregadores, que geram renda com os aplicativos, e a situação econômica dos usuários, que buscam formas acessíveis para utilizar serviços de delivery“.