O primeiro encontro de Abbas com Leão XIV desde a eleição do papa, em maio, serviu também para marcar o décimo aniversário da assinatura do Acordo Global entre o Vaticano e o Estado da Palestina.
Por Redação, com Lusa – da Cidade do Vaticano
O papa Leão XIV reiterou nesta quinta-feira a defesa da solução de dois Estados para o conflito israel-Palestina, ao receber pela primeira vez em audiência, no Vaticano, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

O primeiro encontro de Abbas com Leão XIV desde a eleição do papa, em maio, serviu também para marcar o décimo aniversário da assinatura do Acordo Global entre o Vaticano e o Estado da Palestina, em 2015, ano em que a Igreja Católica reconheceu o Estado palestino.
“Durante as conversações cordiais, reconheceu-se a necessidade urgente de prestar assistência à população civil em Gaza e de pôr fim ao conflito, buscando uma solução de dois Estados”, informou o Vaticano em comunicado.
Na quarta-feira, pouco depois da chegada a Roma, Abbas dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior para um momento de recolhimento diante do túmulo do papa Francisco, que morreu em abril.
“Vim aqui porque não posso esquecer tudo o que fez pelo povo palestino”, declarou à imprensa.
Autoridade Palestina
O presidente da Autoridade Palestina, no poder na Cisjordânia, visitou o Vaticano em diversas ocasiões durante o pontificado de Francisco, tendo, em 2014, plantado uma oliveira nos jardins do Vaticano ao lado do antigo chefe de Estado israelense Shimon Peres e do papa Francisco, como símbolo de paz.
Nos últimos meses de pontificado, o papa argentino endureceu as declarações contra a ofensiva israelense, provocando tensões diplomáticas com a embaixada de Israel.
Também o papa Leão XIV, por diversas ocasiões, expressou solidariedade com a “terra martirizada” de Gaza e denunciou o deslocamento forçado dos palestinos, mas destacou que o Vaticano não pode se pronunciar sobre o que seria um genocídio no enclave.
Nesta sexta-feira, Abbas vai ser recebido no início da tarde pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, no Palácio Chigi, a sede do Governo, em Roma.