Em 2021, mais de 1,7 milhões de crianças em 28 países e territórios das Américas não receberam a primeira dose da vacina contra sarampo antes de completar o primeiro ano. Considerando os dados do Brasil, em 2022, a primeira dose da tríplice viral foi aplicada em 76,6% da população alvo, segundo o Ministério da Saúde.
Por Redação, com Canaltech - de Brasília
Com as quedas consecutivas na cobertura vacinal contra o sarampo, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização mundial de Saúde (OMS), emitiu um alerta sobre possíveis surtos nas Américas, destacando a situação do Brasil. Foco deve ser retomar a vacinação de crianças com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
Em 2021, mais de 1,7 milhões de crianças em 28 países e territórios das Américas não receberam a primeira dose da vacina contra sarampo antes de completar o primeiro ano. Considerando os dados do Brasil, em 2022, a primeira dose da tríplice viral foi aplicada em 76,6% da população alvo, segundo o Ministério da Saúde. A cobertura ideal é de 95%.
Brasil, Venezuela e casos de sarampo nas Américas
Vale lembrar que, no ano de 2016, as Américas foram declaradas livres de sarampo. Só que, poucos meses depois, "os países da região relataram um aumento de casos importados entre 2017 e 2019, com os surtos mais significativos no Brasil, onde a circulação endêmica continuou, e na Venezuela", afirma a OPAS.
Nos últimos anos, a maior taxa de incidência da doença foi registrada em 2019, com 21,5 casos por milhão de habitantes. A causa estava diretamente relacionada com os surtos no Brasil e na Venezuela, que representaram 93% dos diagnósticos no período.
Com a pandemia da covid-19, o distanciamento social e o fechamento das escolas, os casos de sarampo voltaram a cair, o que pode ter representado uma quebra na cadeia de transmissão. Em 2022, apenas seis países da região relataram a doença:
Argentina; Brasil; Canadá; Equador; Paraguai; Estados Unidos.No último ano, o Brasil confirmou oficialmente 41 casos de sarampo e 115 permanecem em investigação, sem nenhum óbito em decorrência da doença. Os diagnósticos oficiais se concentram em quatro Estados:
Amapá: 30 casos de sarampo; São Paulo: 8; Rio de Janeiro: 2; Pará: 1.Como evitar novos surtos do sarampo no Brasil?
Para impedir que novos surtos de sarampo ocorram nas Américas e no Brasil, a OPAS destaca a importância da vacinação. É necessário "implementar atividades de intensificação da vacinação para fechar as lacunas de imunidade em municípios de alto risco, o mais rápido possível", pontua a organização.
Profissionais de saúde devem se atentar aos sinais da doença, marcada por um quadro de febre e manchas vermelhas pelo corpo. Além disso, recursos públicos devem ser investidos para a vigilância epidemiológica.
Vacinação contra sarampo de viajantes
A OPAS também recomenda a obrigatoriedade de viajantes, com mais de seis meses, apresentarem carteirinha de vacinação contra o sarampo e a rubéola ao entrarem em um novo país. Para aqueles que não podem apresentar a prova de vacinação, a orientação é que sejam vacinados pelo menos duas semanas antes de viajarem.