As autoridades organizaram algumas transferências para a ilha da Sicília a fim de aliviar a situação, algo que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) espera que continue nos próximos dias.
Por Redação, com Reuters - de Roma
A agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira que é fundamental que os milhares de imigrantes que chegaram nos últimos dias à ilha italiana de Lampedusa sejam realocados devido aos recursos limitados no local.
Cerca de 7 mil imigrantes chegaram à costa da pequena ilha em um período de dois dias, o que provocou pedidos de ajuda da Itália.
As autoridades organizaram algumas transferências para a ilha da Sicília a fim de aliviar a situação, algo que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) espera que continue nos próximos dias.
– É imperativo transferir as pessoas para fora da ilha porque os recursos lá, a capacidade é muito limitada – disse o porta-voz do Acnur, Matthew Saltmarsh.
Saltmarsh disse que os imigrantes estavam traumatizados, exaustos e precisando de comida, abrigo e cuidados médicos.
É difícil identificar um único fator por trás desse recente aumento nas chegadas de migrantes em Lampedusa, disse Saltmarsh.
Mediterrâneo
As condições calmas do mar Mediterrâneo, a turbulência econômica e social na Tunísia e na Líbia e o conflito no Sudão podem ser apontados como possíveis causas.
– Não podem ser apenas os países da linha de frente, como a Itália, que recebem as primeiras chegadas, que terão de acomodá-los por um longo período... Acreditamos que agora é a hora de outros países, outros Estados e outras regiões tentarem apoiar os italianos e a população de Lampedusa.
Saltmarsh disse que os países europeus também devem chegar a um acordo sobre como dividir a tarefa de assentar os refugiados reconhecidos.
Lampedusa, que tem uma população de pouco mais de 6 mil habitantes, fica no Mediterrâneo, perto de Tunísia, Malta e Sicília, e é o primeiro porto de escala para muitos imigrantes que buscam chegar à Europa.