Confinamentos impostos pela crise sanitária e reflexos na vida e na economia devem ser sentidos por um longo período, afirma organização. Entidade pede que países tornem acesso a cuidados psicológicos mais democrático.
Por Redação, com DW - de Genebra
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na semana passada que os confinamentos impostos pela pandemia de covid-19 e os reflexos da crise na saúde e na economia terão um "impacto prolongado" na saúde mental mundial. De acordo com a OMS, todas as pessoas foram afetadas de alguma forma, seja pela ansiedade ligada à transmissão do vírus, o impacto psicológico do isolamento, ou fatores como desemprego, dificuldade financeira e exclusão socioeconômica. O alerta foi feito em uma reunião de ministros e autoridades de saúde dos 53 países-membros da região europeia da OMS, realizada em Atenas, na Grécia. As conclusões estão em um relatório sobre o tema apresentado nesta quinta-feira. A OMS frisou que "não é apenas o contágio ou o medo de ser contaminado que afetaram a saúde mental da população", mas também "o estresse provocado pelas desigualdades socioeconômicas e os efeitos das quarentenas, do confinamento, do fechamento de escolas e locais de trabalho, que tiveram consequências enormes". – As pessoas estão literalmente entrando em colapso sob a pressão da covid-19 e suas consequências – afirmou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge. – A pandemia abalou o mundo. Mais de 4 milhões de vidas perdidas globalmente, meios de subsistência arruinados, famílias e comunidades forçadas a se separar, empresas falidas e pessoas privadas de oportunidades. Essas consequências da pandemia causaram enormes prejuízos à saúde mental e ao bem-estar das pessoas na região europeia.