O especialista ressalta que, embora os arquivos de MP4 estejam criptografados e não possam ser abertos, os números telefônicos estão facilmente disponíveis através de uma indexação simples em uma busca pela Internet.
Por Redação, com Sputnik - de Nova York
Rajashekhar Rajaharia, especialista de segurança cibernética, diz que os números de telefone e arquivos MP4 de usuários do WhatsApp estão sendo filtrados nas buscas do Google, informa o portal The Quint.
O especialista ressalta que, embora os arquivos de MP4 estejam criptografados e não possam ser abertos, os números telefônicos estão facilmente disponíveis através de uma indexação simples em uma busca pela Internet.
Se você está usando WhatsApp Web, seu número de celular e mensagens estão sendo indexadas pelo Google outra vez. Não sei por que o WhatsApp segue sem monitorizar seu website e o Google. Essa é a terceira vez.
Junto ao tweet, Rajaharia compartilhou uma imagem de tela com os dados refletidos no mecanismo de busca.
Segundo ele, este fato representa uma significativa violação de dados que ocorre apenas uma semana após várias denúncias sobre vazamento de links de chat em grupos no mesmo aplicativo.
Google
Além disso, o especialista explicou ao portal que os números de telefone estão sendo indexados pelo Google apesar de o WhatsApp usar arquivos de instruções automatizados, que supostamente deveriam impedir o motor de busca de rastrear esse tipo de dados. Finalmente, Rajaharia sublinhou que "os dados que vazam são de contatos não salvos", por isso, recomendou que "os usuários só devem teclar com pessoas que estão em sua lista de contatos" para evitar o risco de se exporem a fraudes digitais. No início do ano, o aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp anunciou novos termos e condições de uso, incluindo o compartilhamento de dados pessoais dos usuários com a rede Facebook. Após o anúncio de nova política, vários líderes mundiais e autoridades brasileiras decidiram migrar para o aplicativo de mensagens instantâneas Telegram.
Facebook Messenger
Um jornalista da revista Forbes comentou a situação em torno do aplicativo de mensagem, declarando que os usuários que se preocupam com privacidade não podem continuar usando o aplicativo.
Em meio às preocupações com a mudança da política de privacidade do WhatsApp, os argumentos para fazer o mesmo em relação ao Facebook Messenger são ainda maiores, afirmou no sábado a revista Forbes.
Segundo Zak Doffman, jornalista de segurança cibernética, a controvérsia em torno do WhatsApp "desviou a atenção do quanto o Messenger invadiu sua privacidade".
– Não há nenhuma justificativa para isso. Todos nós sabemos que o Facebook vive de nossos dados, é assim que pagamos por seus serviços 'gratuitos'. Mas tem que haver um limite. Se nos encontramos em um lugar onde o Facebook diz 'pegaremos tudo que pudermos colocar em nossas mãos', e dizemos 'sim, está tudo bem', então o que isso diz sobre nós e o valor que colocamos em nossa própria privacidade? – questionou.
Na opinião do autor do artigo, se o êxodo do WhatsApp foi justificado, ele era ao menos suavizado com o principal argumento da empresa, de que o aplicativo não podia ler as mensagens das pessoas, e muito menos do Facebook.
– Você não tem tanta sorte, porém, se você é um usuário do Messenger – disse Doffman.
Ele notou que a criptografia de ponta a ponta no Messenger é apenas realizada em mensagens privadas, não dentro de grupos, e que não está ativada por padrão, algo que deveria ser o caso, critica. Além disso, refere que o aplicativo detido por Mark Zuckerberg grava "informações sensíveis", "informações financeiras", bem como "saúde e forma física".
O jornalista aconselha que os usuários deixem o Facebook Messenger e mudem para o WhatsApp, sendo esse ainda "a opção mais fácil", e depois para o "o mais seguro" Signal a longo prazo, "à medida que seus contatos se juntarem mais".
– Se você é um dos 1,3 bilhão de usuários do Facebook Messenger, então a reação repentina contra o WhatsApp deve servir como um forte aviso – apontou Zak Doffman.