Confinamento ficará em vigor por seis dias. Devido à explosão de casos, sistema de saúde da capital indiana está à beira do colapso. País registra recorde de mais de 273 mil novas infecções em apenas 24 horas.
Por Redação, com DW - de Nova Délhi
A capital da Índia, Nova Délhi, vai impor um rígido confinamento para tentar conter ao avanço da covid-19, anunciaram autoridades locais nesta segunda-feira. Devido à explosão dos casos de coronavírus, o sistema de saúde da cidade de mais de 21 milhões de habitantes está à beira do colapso, com falta de leitos em hospitais e escassez de oxigênio e medicamentos.
O confinamento terá início na noite desta segunda-feira e ficará em vigor por seis dias. "Se não impusermos um confinamento agora, estaremos olhando para um grande desastre", afirmou o governador da capital indiana, Arvind Kejriwal, ao anunciar a medida. "Não diria que o sistema de saúde colapsou, mas está no limite", acrescentou.
Apenas 113 dos 4.220 leitos de UTI reservados para casos graves de covid-19 não estão ocupados na capital. Devido à diminuição dos casos entre outubro e fevereiro, várias instalações montadas para atender pacientes da doença foram desativadas. Kejriwal anunciou que o governo reativará 1.500 leitos nos próximos dias.
Novo recorde diário
A Índia uma segunda onda de covid-19 que se alastra rapidamente por todo o país. Nesta segunda, a nação registrou novamente um recorde diário de novos casos, com 273.810 novas infecções contabilizadas nas últimas 24 horas, segundo dados do Ministério indiano da Saúde, o que fez o total de casos ultrapassar a marca de 15 milhões.
Já o número de mortos subiu para 178.769, após o registro de 1.619 óbitos nas últimas 24 horas. A Índia é o quarto país do mundo com mais mortes em decorrência da covid-19, atrás apenas dos EUA, Brasil e México.
A Índia é o segundo país do mundo com mais casos de covid-19 registrados, depois dos Estados Unidos. A nação de 1,3 bilhão de habitantes vive agora o pior momento da pandemia, tendo registrado um rápido aumento no número de casos nas últimas semanas. Hospitais de todo o país estão sobrecarregados, e especialistas temem que o pior ainda esteja por vir.
A virulência desta segunda onda afetou especialmente alguns estados, como Maharashtra, o mais rico do país e principal motor do repique, que registrou nesta segunda 68.631 novos casos, e Nova Délhi, que contabilizou mais de 25.462 infecções nas últimas 24 horas.
Várias autoridades locais advertiram que os sistemas de saúde se encontram em situação crítica, com falta de leitos e oxigênio. O governo indiano limitou o uso industrial de oxigênio para redirecioná-lo ao uso médico.
Enquanto o vírus avança, o país segue com sua campanha de vacinação, que até agora já administrou 123 milhões de doses.