Segunda, 08 de Fevereiro de 2021 às 06:40, por: CdB
Clima extremo interrompe transportes e causa centenas de acidentes e quilômetros de congestionamento. Previsão é de mais frio intenso nos próximos dias. Vizinha Holanda tem primeira nevasca em mais de uma década.
Por Redação, com DW - de Berlim
Uma forte nevasca, com mais de 30 centímetros de neve acumulados em várias localidades, paralisou parte do tráfego ferroviário e rodoviário e baixou drasticamente as temperaturas na região central da Alemanha neste domingo e nas primeiras horas desta segunda-feira.
Rodovias foram bloqueadas por causa do gelo ou da neve na pista e de fortes ventos, e vários trens deixaram de circular. Os estados mais atingidos pela nevasca são a Renânia do Norte-Vestfália, a Saxônia, a Baixa Saxônia, a Saxônia-Anhalt e a Turíngia.
A previsão é de mais neve ao longo desta segunda, o que deve seguir provocando cancelamentos e atrasos de trens. Berlim e Hamburgo foram particularmente afetadas pelo caos ferroviário, com quase nenhum trem de longa distância partindo das duas cidades.
Nas estradas, a nevasca provocou centenas de acidentes e quilômetros de congestionamento. Caminhões encalhados devido a grandes quantidades de neve bloquearam rodovias. Em alguns trechos, veículos estavam parados há seis horas na manhã desta segunda.
"A situação é catastrófica", descreveu um porta-voz da polícia na cidade de Fulda, na região central do país.
Cidades do estado de Hesse, onde ficam Fulda e também Frankfurt, interromperam a circulação de ônibus e bondes devido à neve e ao gelo nas ruas. Em algumas áreas do país, caminhões foram proibidos de circular.
Presos no carro ou no trem
No Estado da Turíngia, uma família ficou presa durante horas com seu carro na neve. O veículo encalhou na noite de domingo, e a família disse ter tentado desencalhá-lo durante cinco horas até chamar o serviço de emergência por volta da meia-noite. Os pais e a filha de 7 anos foram resgatados por bombeiros e levados para um abrigo de emergência. Devido à nevasca, o carro ainda não havia sido desencalhado pela manhã.
Em Uelzen, no norte da Baixa Sazônia, um trem com pelo menos 25 passageiros encalhou durante a noite. Equipes de emergência forneceram cobertores, bebidas quentes e sopa. O trem pôde seguir viagem pela manhã.
Em Braunschweig, na Baixa Saxônia, equipes de resgate tiveram que mover um vagão de bonde que descarrilou devido à neve. Segundo os bombeiros, até 70 centímetros de neve chegaram a acumular nos arredores da cidade.
Em Duisburg, na Renânia do Norte-Vestfália, cinco casas às margens do Reno ficaram isoladas do mundo exterior devido à nevasca. Veículos de limpeza encalharam na neve de até 1,5 metro de altura.
O governo aconselhou as pessoas a permanecerem em casa neste início de semana. O Serviço Meteorológico Alemão (DWD) alertou para entre 10 e 25 centímetros de neve pela manhã desta segunda na região central do país. No norte, há previsão de inundações.
– Após o fim de semana repleto de neve e vento, uma grande onda de frio vinda do leste se aproxima – afirmou o meteorologista Simon Trippler, do DWD. A neve deve diminuir a partir de terça-feira, mas temperaturas negativas devem assolar o país ao longo da semana.
No fim de semana, o DWD havia emitido um alerta de condições meteorológicas extremas, falando em uma "eclosão extraordinária do inverno".
Holanda tem primeira nevasca em mais de uma década
A neve também atingiu a vizinha Holanda, afetando o transporte aéreo e ferroviário. As autoridades declararam emergência de "código vermelho" em todo o país, atingido por uma nevasca pela primeira vez desde janeiro de 2010.
Dezenas de voos foram atrasados ou cancelados no aeroporto Schiphol, de Amsterdã, enquanto o aeroporto de Eindhoven, no sul do país, fechou completamente. Todos os trens foram cancelados no país, inclusive as ligações com a Alemanha. Bondes ficaram parados em Amsterdã. Motoristas foram aconselhados a evitar viagens, e mais de 80 carros derraparam para fora da pista.
Na maior parte do país, se acumularam entre 5 e 10 centímetros de neve, mas em algumas áreas chegou a 30 centímetros. As condições ficaram tão graves que o governo fechou centros de testagem do coronavírus por vários dias.