Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Netanyahu recusa acordo de paz que enfraqueça o país

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Domingo, 17 de Março de 2024 às 17:57, por: CdB

A guerra foi desencadeada pelo ataque do grupo islâmico Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, que deixou cerca de 1,2 mil mortos e cerca de 250 reféns, segundo as autoridades de Israel.


Por Redação, com Lusa - de Jerusalém


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse hoje que recusará acordo de paz que torne Israel "fraco" perante os seus vizinhos do Oriente Médio. O premiê alemão, Olaf Scholz, pediu um “acordo sobre os reféns e um cessar-fogo duradouro" em Gaza.




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E garante que Israel não lançará operação militar em Rafah

– Se nos propuserem um acordo, uma via de paz que torne Israel fraco e incapaz de se defender, isso fará recuar a paz – declarou Netanyahu à imprensa, após encontro com Scholz.


O governante alemão defendeu a necessidade de “um acordo sobre os reféns e de um cessar-fogo duradouro".


Ao afirmar que compreende "as famílias dos reféns, que dizem que chegou o momento de um acordo para salvar os cativos", o chanceler pediu maior flexibilidade do primeiro-ministro israelense para permitir a libertação dos 134 reféns que permanecem no enclave, muitos já mortos.


Scholz questionou o elevado número de vítimas civis e apelou a Netanyahu para que permita a entrada de mais ajuda no território.


– Não podemos ficar parados vendo os palestinos correrem o risco de morrer de fome, não é isso que defendemos em conjunto – disse, depois de descrever como "legítimo" o objetivo de Israel de eliminar o Hamas para evitar um novo 7 de outubro, quando o movimento islâmico palestino lançou um ataque sem precedentes no Sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas.



Alemanha


O chanceler alemão defendeu que Israel deve melhorar "urgente e maciçamente" a distribuição de alimentos e ajuda em Gaza, algo que os grupos humanitários têm afirmado há semanas e que só pode ser conseguido por terra se Israel concordar em abrir outros pontos de acesso à fronteira pelo Egito e a Jordânia.


– Mas, quanto mais tempo durar a guerra, quanto maior for o número de vítimas civis e quanto mais desesperadora for a situação da população de Gaza, mais se coloca a questão: por muito importante que seja o objetivo, será que justifica custos tão elevados ou será que existem outras soluções? – perguntou.


Diante dos apelos, Netanyahu reafirmou que “Israel fará tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar as vítimas civis e maximizar a entrega de ajuda".


Scholz reiterou também o apoio da Alemanha a uma solução de dois Estados para o período pós-guerra, uma solução recusada por Tel Aviv.


A guerra foi desencadeada pelo ataque do grupo islâmico Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, que deixou cerca de 1,2 mil mortos e cerca de 250 reféns, segundo as autoridades de Israel.


Em resposta, Israel lançou ofensiva militar contra a Faixa de Gaza que matou mais de 31,5 mil pessoas até hoje, segundo as autoridades do enclave governado pelo Hamas desde 2007.



Rafah


Na entrevista, Benjamin Netanyahu garantiu que Israel não lançará operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto a população estiver "encurralada".


– Não é algo que faremos deixando a população encurralada. Na verdade, faremos o contrário – afirmou o premiê, no momento em que a comunidade internacional tem advertido contra um ataque das forças israelenses na cidade, onde, segundo as Nações Unidas, estão deslocados quase 1,5 milhão de palestinos.


Após o encontro, no gabinete de Netanyahu em Jerusalém, Scholz opôs-se a uma invasão terrestre de Rafah, o último porto seguro na Faixa de Gaza.


Segundo Israel, quatro batalhões do movimento islâmico Hamas ainda estão ativos na cidade, na fronteira com o Egito.


– Como se pode proteger mais de 1,5 milhão de pessoas? Para onde podem ir? – questionou o chanceler alemão, que manifestou relutância não só por uma questão de "lógica militar", mas sobretudo, como outras potências, incluindo os Estados Unidos, já alertaram, por uma questão humanitária.




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