Nas novas mensagens recebidas, os extremistas chegaram a dar uma data para a morte do vereador: dia 31 de outubro deste ano. "Sua morte está planejada, será dia 31 de outubro de 2022, 21h, no Rio Grande do Sul", diz uma das mensagens encaminhadas para o telefone de Leonel Radde (PT-RS).
Por Redação - de Porto Alegre
O vereador de Porto Alegre e policial civil Leonel Radde (PT-RS) tem sido alvo de novas ameaças de morte feitas por neonazistas através de mensagens enviadas no número de WhatsApp de seu mandato. Radde coordena a Operação Bastardos Inglórios, um canal de denúncias, em parceria com a polícia, que visa identificar e combater a atuação de grupos neonazistas no Rio Grande do Sul.
Nas novas mensagens recebidas, os extremistas chegaram a dar uma data para a morte do vereador: dia 31 de outubro deste ano. "Sua morte está planejada, será dia 31 de outubro de 2022, 21h, no Rio Grande do Sul", diz uma das mensagens.
"Vamos te matar, seu lixo. Sua cara vai ficar cheia de balas", dizem os detratores, que prometem ainda matar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e também o ativista do movimento negro Antonio Isupério, alvo de ameaças de grupos neonazistas no passado.
Praga
O Movimento Neonazista se alastra pelo Brasil, com maior intensidade, desde a década de 80 do século passado. A maioria das células neonazistas se concentra na Região Sul, organizada em gangues e agindo pela violência e discriminação racial e cultural.
Em suas raízes ideológicas está o nazismo alemão, que vigorou entre os anos 1933 e 1945. Embora sem a mesma estrutura e organização, o neonazismo quer dar continuidade ao regime antissemita alemão, difundindo a superioridade da raça ariana, com vistas à fundação de uma nação branca – a Neuland – sem a presença de ‘subraças’ como judeus, negros e ciganos, tampouco com a presença de ‘subculturas’, como os homossexuais.
“O entendimento do neonazismo perpassa toda a ideologia nazista e sua estrutura mítica, que foi capaz de atrair as massas e manipulá-las pelo medo e pela violência. Com a vinda de imigrantes alemães ao Brasil, o país passou pela experiência de ser sede do partido nazista, que assistia às necessidades materiais dos imigrantes, mas que também os doutrinava ideologicamente”, descreve o pesquisador Éderson da Rosa Pereira, da Universidade Santo Amaro (SP).