Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Neofascistas agridem político de esquerda, na Itália, aos gritos de ‘Duce’

"Um grupo atrás de mim cantava 'Anne Frank acabou no forno'. Eu me virei e disse: 'Rapazes, chega’. Eles começaram a gritar 'Duce, Duce', com a mão levantada, meu marido virou e levou socos no rosto de vários lados. Depois apareceu um rapaz para nos ajudar e também apanhou”.

Quarta, 01 de Janeiro de 2020 às 12:06, por: CdB

"Um grupo atrás de mim cantava 'Anne Frank acabou no forno'. Eu me virei e disse: 'Rapazes, chega’. Eles começaram a gritar 'Duce, Duce', com a mão levantada, meu marido virou e levou socos no rosto de vários lados. Depois apareceu um rapaz para nos ajudar e também apanhou”.

 
Por Redação, com Ansa - de Veneza
  Um ex-deputado italiano de esquerda foi agredido durante a festa de Réveillon em Veneza, no norte do país, aos gritos de "Duce", apelido do ditador fascista Benito Mussolini. O episódio ocorreu na noite de terça-feira (31), na Praça San Marco, ponto de concentração popular para o show de fogos de artifício do Ano Novo na capital do Vêneto.
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O ex-deputado Arturo Scotto foi agredido por neofascistas, em Veneza
Arturo Scotto estava acompanhado da esposa, Elsa Bertholet, que relatou o caso no Facebook: "Um grupo atrás de mim cantava 'Anne Frank acabou no forno'. Eu me virei e disse: 'Rapazes, chega’. Eles começaram a gritar 'Duce, Duce', com a mão levantada, meu marido virou e levou socos no rosto, de vários lados. Depois apareceu um rapaz para nos ajudar e também apanhou”.

Extrema direita

Segundo Scotto, o grupo era formado por oito homens e fugiu logo depois do ataque. — Nesta manhã, tirei um peso de mim e apresentei denúncia à Arma dos Carabineiros. As forças de ordem estão se esforçando para identificá-los — afirmou. O prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, de centro-direita, expressou "plena solidariedade" ao ex-deputado e afirmou que a cidade não tolerará "episódios de referências fascistas". Já o governador do Vêneto, Luca Zaia, do partido de extrema direita Liga, afirmou que o episódio foi "extremamente grave" e que uma sociedade civilizada não pode conviver com "violências físicas desse tipo".
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