Rio de Janeiro, 11 de Junho de 2025

Nêgo Bispo, um dos maiores intelectuais quilombolas do país morre aos 63 anos

Ativista político e militante no movimento quilombola e nos movimentos de luta pela terra, atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).

Segunda, 04 de Dezembro de 2023 às 12:03, por: CdB

Ativista político e militante no movimento quilombola e nos movimentos de luta pela terra, atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).


Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília


Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo, morreu no domingo, no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí (PI), aos 63 anos. Escritor, pensador, professor e ativista social, era considerado um dos maiores intelectuais quilombolas do país.




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Nêgo Bispo era militante de grande expressão no movimento social quilombola e nos movimentos de luta pela terra

Ativista político e militante no movimento quilombola e nos movimentos de luta pela terra, atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Escreveu artigos e livros sobre a história de resistência do povo negro e elaborou o conceito de contracolonialismo.


Nêgo Bispo faleceu em decorrência de complicações provocadas por diabetes. A morte foi causada por uma convulsão seguida por parada cardíaca. Ele desmaiou em uma área de lazer na comunidade quilombola, foi levado ao hospital, mas não resistiu e faleceu.

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Repercussões


A CONAQ declarou que a contribuição dele será lembrada e reverenciada por gerações. “Sua contribuição inestimável para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola será lembrada e reverenciada por gerações.”


O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Weelington Dias, ex-governador do Piauí, disse que o movimento quilombola, o Piauí e o Brasil perdeu “uma voz que ecoou em nossos corações e nos ensinou muito”.


O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também lamentou a morte de Nêgo Bispo: “Um importante pensador brasileiro e ativista quilombola”, e que deixará “um legado inesquecível para a cultura nacional”.


A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também se pronunciou sobre a morte de Bispo. “Eu vou falar de nós ganhando, por que pra falar de nós perdendo eles já falam. Um dos maiores pensadores da nossa época ancestralizou. Nego Bispo fez a passagem e deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro. Um abraço a toda sua família e amigos”.



Quem é Nêgo Bispo


Nêgo Bispo, nasceu em 10 de dezembro de 1959 no então povoado Papagaio, atualmente município de Francinópolis. Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Francinópolis e diretor da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Piauí (Fetag). 


É reconhecido como um dos principais pensadores do tema comunidades tradicionais do Brasil. Escreveu os livros Quilombo, Modos e Significados e Colonização Quilombos: Modos e Significados, além de vários outros artigos, também dirigiu o filme-documentário O Jucá da Volta, em parceria com o IPHAN.





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