O incidente foi resultado da perda de pressão no circuito de resfriamento do radiador externo e causou o cancelamento de uma caminhada espacial programada para os cosmonautas Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin.
Por Redação, com Canaltech - de Washington
Em meados de dezembro, a espaçonave russa Soyuz acoplada na ISS sofreu um vazamento no tanque de refrigeração. Embora esse problema ainda não seja uma emergência imediata, a Nasa considera resgatar a tripulação em uma nave Crew Dragon, da SpaceX, caso necessário.
O que aconteceu na ISS?
No dia 15 de dezembro de 2022, um "fluxo visível de flocos" foi observado deixando a Soyuz MS-22, espaçonave que levou dois cosmonautas da Roscosmos e um astronauta da NASA em 21 de setembro.
O incidente foi resultado da perda de pressão no circuito de resfriamento do radiador externo e causou o cancelamento de uma caminhada espacial programada para os cosmonautas Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin.
Após o vazamento, a temperatura em alguns módulos atingiu 30 °C, e no módulo de serviço chegou a 40 °C. A superfície externa da Soyuz MS-22 foi examinada usando as câmeras dos braços robóticos da ISS, permitindo detectar um local na superfície do módulo de serviço onde teria ocorrido o dano.
Se for constatado que a Soyuz não é segura para o retorno da tripulação, e provavelmente não é, não haverá outros meios imediatos de retornar à Terra. A vantagem é que não há nenhuma emergência que exija o retorno imediato dos tripulantes.
Além dos três tripulantes da Soyuz MS-22, estão também os participantes da missão Crew-5, enviada em uma espaçonave Dragon, da SpaceX, no comecinho de outubro: Nicole Mann, Josh Cassada, Koichi Wakata, Anna Kikina.
O que acontecerá com os astronautas?
Por enquanto, não há nenhum risco diretamente relacionado ao vazamento, mas, sem a Soyuz, alguns dos astronautas não poderão voltar tão cedo. Se a espaçonave russa for considerada inutilizável para reentrada na atmosfera, a Roscosmos e a Nasa terão que avaliar um resgate.
As autoridades russas decidirão em janeiro sobre as condições da Soyuz. A agência espacial Roscosmos está aguardando os resultados de um grupo que investiga o problema de vazamento e se haverá maiores riscos iminentes.
O plano original da missão MS-22 era que os tripulantes permanecessem na ISS até março, mas a possibilidade de complicações não estão descartadas. Caso alguma emergência aconteça, a equipe não terá uma espaçonave para voltar.
Mesmo que a Dragon da SpaceX ainda esteja acoplada na ISS, ela deve trazer sua própria tripulação, que já preenchem quatro das suas sete vagas, de volta em caso de emergência. Isso significa que, talvez, o trio da MS-22 podem ficar presos em caso de perigo real.
Pior ainda, uma nave Soyuz de resgate só estaria pronta em fevereiro, talvez duas ou três semanas antes, se necessário. Como resolver o problema? Bem, para caso uma emergência forçar o retorno dos tripulantes, a NASA considera usar a nave da SpaceX.
– Fizemos algumas perguntas à SpaceX sobre sua capacidade de trazer tripulantes adicionais na Dragon, se necessário, mas esse não é nosso foco principal neste momento – disse a porta-voz da Nasa Sandra Jones.
Não está claro se a Nasa sugeriu que a SpaceX lance outra Dragon para o resgate ou adicionar mais vagas à nave da Crew-5, que conta com quatro assentos. Normalmente, a SpaceX lança apenas pessoas com um traje espacial da empresa, feito sob medida.