Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Multidão começa a se formar na Vila Belmiro para último adeus a Pelé

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Sábado, 31 de Dezembro de 2022 às 12:00, por: CdB

O corpo do ex-atleta ficará instalado no centro do campo, a partir desta segunda-feira, depois de passar, em cortejo, em frente à casa da mãe, Dona Celeste Arantes, que acaba de completar 100 anos de idade, no dia 20 de novembro deste ano. À época, Pelé agradeceu à matriarca por todos esses anos de vida, convívio e ensinamentos. 

Por Redação - de Santos (SP)
A bucólica Vila Belmiro, na cidade de Santos, teve sua rotina alterada desde a morte do ‘Rei do Futebol’, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Nome popular do estádio em que o atleta jogou por quase toda a carreira, o bairro ganhou o mundo por receber o maior gênio que o futebol já conheceu, até hoje.
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Pelé conquistou três Copas do Mundo pela seleção brasileira
O corpo do ex-atleta ficará instalado no centro do campo, a partir desta segunda-feira, depois de passar, em cortejo, em frente à casa da mãe, Dona Celeste Arantes, que acaba de completar 100 anos de idade, no dia 20 de novembro deste ano. À época, Pelé agradeceu à matriarca por todos esses anos de vida, convívio e ensinamentos. "Hoje, celebramos 100 anos de vida da Dona Celeste. Desde criancinha, ela me ensinou o valor do amor e da paz. Eu tenho muito mais de uma centena de motivos para agradecer por ser o seu filho. Compartilho essas fotos com vocês, com muita emoção por celebrar este dia. Obrigado por todos os dias ao seu lado, mãe", escreveu Pelé, dias antes de sua morte.

Racismo

"Eu acho que o Brasil tem pouca representatividade negra no congresso. Por felicidade, por respeito ou por tudo o que eu fiz, eu sou um dos negros que têm um cargo alto no governo. Eu acho que eu sou um grande exemplo. Acho que o negro tem que se unir e tem que votar em negro para termos mais representatividade no governo”, declarou Pelé, em uma entrevista ao ex-apresentador Jô Soares, em 1995, quanto o craque ocupava o Ministério do Esporte no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). O jornalista esportivo Paulo Cesar Vasconcellos, comentarista dos canais SporTV, também foi enfático ao afirmar que "Pelé sempre foi vítima de racismo". — Eu sou um negro, um homem negro, que cresceu tendo Pelé como ídolo. Acho que ele teve um papel, se não foi do ponto de vista discursivo, se não foi do ponto de vista oral, foi do ponto de vista corporal extremamente afirmativo para pretos e pretas — disse Vasconcellos, em entrevista ao site de notícias Brasil de Fato (BdF).

Antirracista

Vasconcellos citou outro momento em que o ídolo deixou clara sua postura democrática. Em 1984, ele vestiu camisa da Seleção Brasileira com mensagem de apoio ao movimento "Diretas Já". A imagem estampou a capa da revista Placar, maior publicação esportiva do país na época. Para o jornalista, a foto icônica, tirada pelo fotógrafo Ronaldo Kotscho, é bem menos lembrada do que deveria. Nas últimas semanas, com o ídolo internado para o tratamento de câncer em São Paulo, o clique passou a ser bastante compartilhado nas redes sociais. Vasconcellos afirma que o craque brasileiro foi cobrado para que tivesse, por exemplo, postura semelhante à do boxeador norte-americano Muhammad Ali, que foi contemporâneo do Pelé e se tornou protagonista da luta antirracista nos Estados Unidos a partir da década de 1960. Ele morreu em 2016. — O preconceito nos Estados Unidos sempre foi algo muito debatido e muito explícito, e o Brasil sempre foi muito cínico. Então são formações distintas, não cabe comparação entre um e outro — concluiu.
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