O MST DF disse que a Polícia Militar, que está no local, nada fez para reprimir a ação dos fazendeiros. “Mesmo com o MST buscando uma negociação junto ao governo para resolver a questão, os fazendeiros seguem com os ataques”, aponta trecho da nota.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
No início da noite de terça-feira fazendeiros, que bloqueiam a área de acesso à Ocupação Ana Primavesi, atearam fogo nas redondezas e ameaçaram as famílias sem-terra, que estão na área pública desde o dia 30 de abril. Em nota, o MST DF disse que a Polícia Militar, que está no local, nada fez para reprimir a ação dos fazendeiros. “Mesmo com o MST buscando uma negociação junto ao governo para resolver a questão, os fazendeiros seguem com os ataques”, aponta trecho da nota. Em vídeo divulgado nas redes sociais é possível ver o fogo nas proximidades da ocupação, localizada no Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina (DF), uma região de intensa especulação fundiária. A violência aconteceu logo após uma reunião realizada na tarde de terça na Secretaria de Agricultura do Distrito Federal com a presença de representantes da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), Secretaria de Estado de Relações Institucionais e Sociais do Distrito Federal, produtores rurais, Defensoria Pública, MST e os mandatos da deputada distrital Arlete Sampaio e Érika Kokay. De acordo com o Gabriel Magno, que representou o mandato da deputada distrital Arlete Sampaio (PT) na mesa de negociação, um dos encaminhamentos foi a garantia de entrega de alimentos e água às famílias que estão na ocupação. “Também ficou encaminhado que a Terracap vai destinar outra área para que as famílias possam acampar com segurança”, destacou. Mesmo com a tentativa de intimidação dos fazendeiros, o MST DF, informou que as famílias só sairão da Ocupação quando a Terracap apresentar uma outra área com finalidade de reforma agrária. Desde o último sábado, fazendeiros da região bloqueiam a estrada que dá acesso à ocupação, impedindo a entrada de água e alimentos. – Queremos o direito de ir e vir garantido pela Constituição e também queremos que o Governo do Distrito Federal aponte uma área para assentar essas 300 famílias que estão lutando pelo seu direito à terra – enfatiza o dirigente estadual do MST, Marcio Heleno, que está na Ocupação.