Os dois países concordaram em março de 2020 em interromper as inspeções mútuas sob o novo tratado Start, o último pacto sobrevivente para limitar seus arsenais nucleares estratégicos, por causa da pandemia da covid-19. Desde então, os países não conseguiram chegar a um acordo para retomá-las.
Por Redação, com Reuters - de Moscou
A Rússia disse nesta sexta-feira que não espera um avanço rápido nas negociações com os Estados Unidos sobre a retomada das inspeções de armas nucleares que, segundo ela, ocorrerão em breve no Cairo.
Os dois países concordaram em março de 2020 em interromper as inspeções mútuas sob o novo tratado Start, o último pacto sobrevivente para limitar seus arsenais nucleares estratégicos, por causa da pandemia da covid-19. Desde então, os países não conseguiram chegar a um acordo para retomá-las.
O fato de as negociações ocorrerem é um sinal de que ambos os lados querem pelo menos manter o diálogo em um momento em que a guerra da Rússia na Ucrânia mergulhou as relações entre ambos ao ponto mais tenso dos últimos 60 anos.
Mas o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, minimizou as expectativas de um avanço na reunião, que ele disse que acontecerá no final de novembro e início de dezembro na capital egípcia.
– Este não é um problema que começou hoje ou ontem e dificilmente será possível resolvê-lo em alguns dias – disse ele a agências de notícias russas.
A Rússia suspendeu a cooperação com as inspeções sob o tratado em agosto, culpando as restrições de viagem impostas por Washington e seus aliados pela guerra na Ucrânia.
O Departamento de Estado dos EUA disse nesta semana que "medidas impostas como resultado da guerra não provocada da Rússia contra a Ucrânia não impedem os inspetores russos de realizar inspeções do Novo Tratado Start nos Estados Unidos", e que espera que a próxima reunião leve a uma retomada de inspeções.
Estados Unidos e Rússia
O novo Start, que entrou em vigor em 2011, limita o número de ogivas nucleares estratégicas que os Estados Unidos e a Rússia podem implantar.
Pouco depois de assumir o cargo no ano passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, concordou com o presidente russo, Vladimir Putin, em estender o tratado, que estava a apenas algumas semanas de expirar, por mais cinco anos.
O Kremlin disse aos Estados Unidos em agosto que o tempo está se esgotando para negociar uma substituição e que a segurança global será enfraquecida se o pacto expirar em 2026 sem um sucessor.
Os temores de um confronto nuclear aumentaram desde o início da guerra na Ucrânia, já que Putin lembrou ao mundo o tamanho e o poder do arsenal de Moscou e alertou que está preparado para usar todos os meios à disposição da Rússia para defender sua "integridade territorial".