O projeto criticado é uma infraestrutura viária de mais de 100 quilômetros, com duas pistas, que pressupõe um investimento de R$ 5,09 bilhões, sendo R$ 3 bilhões de dinheiro público, que vem do acordo entre o governo de Minas Gerais e a mineradora Vale S/A, como reparação pelo rompimento da barragem em Brumadinho, no ano de 2019.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
A Comissão Nascentes Imperiais, grupo de moradores do bairro de mesmo nome, em Contagem, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), realizou uma manifestação, neste domingo, contra o Rodoanel, projeto do governo de Romeu Zema (Novo), apelidado pelos movimentos de “rodominério da Vale”.
O protesto contou com o apoio de associações, organizações populares, sindicatos e mandatos parlamentares e começou com concentração na Rua Ipê Amarelo, número 85, no Bairro Nascentes Imperiais.
O projeto criticado é uma infraestrutura viária de mais de 100 quilômetros, com duas pistas, que pressupõe um investimento de R$ 5,09 bilhões, sendo R$ 3 bilhões de dinheiro público, que vem do acordo entre o governo de Minas Gerais e a mineradora Vale S/A, como reparação pelo rompimento da barragem em Brumadinho, no ano de 2019.
Grupo italiano
Há um ano, a obra foi leiloada para um grupo italiano, controlado pela família Dogliani, que poderá operar a parceria por 30 anos, com direito a cobrar pedágio no Rodoanel.
Para Sônia Damázia, moradora do bairro Nascentes Imperiais, o dinheiro deveria ser utilizado na reparação das perdas das vítimas da Vale, mas está sendo usado, segundo ela, em uma obra que terá grandes impactos nas comunidades que serão cortadas pelo traçado.
– Esse dinheiro deveria ser revertido para educação, saúde e meio ambiente, que foi o que a Vale tirou das pessoas. Por isso, novamente nossa cidade rejeitou o traçado, porque ele atinge a bacia de Vargem das Flores, e são muitas casas e famílias que serão atingidas – destaca a moradora.
Mesmo com mudanças na proposta de traçado da estrutura, a prefeitura do município segue rejeitando o projeto do governo estadual, porque avalia que ele pode prejudicar a cidade.
Uma das áreas afetadas seria a represa de Vargem das Flores, citada por Sônia Damázia, que, além de ser responsável por parte do abastecimento hídrico da RMBH, é considerada Área de Proteção Ambiental (APA).