Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Ministro propõe instalar canal de TV em homenagem ao astrólogo Olavo de Carvalho

Em reunião da Comissão de Educação da Câmara nesta quarta-feira, Ribeiro negou que um comitê fará interferências na prova e que tampouco fará parte. Mas apoia mudanças.

Quinta, 08 de Julho de 2021 às 13:39, por: CdB

Em reunião da Comissão de Educação da Câmara nesta quarta-feira, Ribeiro negou que um comitê fará interferências na prova e que tampouco fará parte. Mas apoia mudanças.

Por Redação - de Brasília

Ministro da Educação no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o empresário Milton Ribeiro voltou a defender mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a criação da uma nova TV para substituir a extinta TV Escola. O canal já recebeu o título de TV Olavo de Carvalho, em alusão à identificação do ministro com a ideologia do astrólogo, guru do bolsonarismo.

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Olavo de Carvalho, morador no Estado da Virgínia, EUA, defende a disseminação de armas

Em reunião da Comissão de Educação da Câmara nesta quarta-feira, Ribeiro negou que um comitê fará interferências na prova e que tampouco fará parte. Mas apoia mudanças.

— Para ingressar no ensino superior o candidato deve demonstrar o que sabe sobre matemática, física, química. E não ser avaliado por questões pessoais, subjetivas — disse.

No início de junho, à mesma comissão, o ministro afirmou ter pedido ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, a elaboração de uma prova “técnica, sem matizes ideológicas de qualquer natureza”. Muito criticada, a fala terminou como alvo de ofício de parlamentares do PSOL ao Ministério Público Federal. O temor é de cerceamento à liberdade de expressão.

TV Escola

Outra polêmica na audiência foi a criação de um canal de TV, que segundo Ribeiro é para preencher a lacuna deixada pela extinta TV Escola. Chamado de TV Olavo de Carvalho nas redes sociais, o projeto deve retirar R$ 100 milhões por ano do orçamento do MEC.

A TV Escola foi extinta em 2019, pelo então ministro da Educação Abraham Weintraub, que não renovou contrato com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, gestora do canal.

— Já houve encontros e tratativas com a Empresa Brasileira de Comunicações (EBC) para tratar do tema. O objetivo é oferecer à sociedade um canal com conteúdos variados, inclusive para surdos. Será a nova TV Escola — afirmou.

Um dos objetivos do novo canal, que o ministro nega, é produzir e propagar conteúdo para a educação domiciliar, também conhecida como homeschooling. A regulamentação dessa modalidade de educação é prioridade do governo no Congresso. O homeschooling, no qual pais ou tutores são os professores, é reivindicação dos setores mais conservadores.

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