A crise entre o governo do premiê Abiy Ahmed, vencedor do Nobel da Paz de 2019, e a etnia que dá nome à região começou em novembro de 2020 por iniciativa do próprio primeiro-ministro. À época, ele prometeu uma resolução rápida da crise, mas a situação se arrasta até hoje.
Por Redação, com ANSA - de Mekele
O porta-voz da Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF), Getachew Reda, anunciou nesta segunda-feira que as tropas rebeldes vão deixar as áreas dominadas pelo grupo no norte do país e retornarão para sua região de abrangência apenas.
Segundo Reda, a medida foi tomada para evitar um conflito bélico ainda maior e também para permitir que chegue à região a ajuda humanitária de grupos internacionais, como ONGs independentes e a Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar de ser dominante em Tigré, os rebeldes tinham conseguido avançar por regiões próximas, como Amhara e Afar. Com isso, havia aumentado o temor de uma guerra com as tropas oficiais do governo de Addis Abeba.
A crise
A crise entre o governo do premiê Abiy Ahmed, vencedor do Nobel da Paz de 2019, e a etnia que dá nome à região começou em novembro de 2020 por iniciativa do próprio primeiro-ministro. À época, ele prometeu uma resolução rápida da crise, mas a situação se arrasta até hoje.
O TPLF foi o partido dominante na política etíope até a chegada de Ahmed e continua a ser forte em Tigré.
Segundo dados da própria ONU, o conflito já provocou a fuga de 60 mil pessoas para o Sudão, há milhares de mortes e cerca de 9,4 milhões de pessoas estão precisando de ajuda humanitária para sobreviver.