Os funcionários da usina viviam em condição degradante: sem refeitório, faziam refeições sentados no chão; não possuíam acesso a sanitários e eram abrigados em alojamentos superlotados. Segundo o MPT, alguns trabalhadores estavam, inclusive, com teste positivo para covid-19.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
Uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou, na última semana, em Minas Gerais, 271 trabalhadores em situação análoga à escravidão. A ação ocorreu em três fazendas de produção de cana de açúcar na região de João Pinheiro (MG). O resgate foi o mais numeroso dos últimos anos. Os funcionários da usina viviam em condição degradante: sem refeitório, faziam refeições sentados no chão; não possuíam acesso a sanitários e eram abrigados em alojamentos superlotados. Segundo o MPT, alguns trabalhadores estavam, inclusive, com teste positivo para covid-19. A equipe de fiscalização integrada pelo MPT em Minas Gerais, a Auditoria Fiscal do Trabalho (AFT) e agentes das Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) trabalharam no local de 24 a 28 de janeiro, colhendo depoimentos e apurando os valores devidos a cada um dos 271 trabalhadores. O valor das verbas rescisórias de todos os trabalhadores, calculadas pelos fiscais, deve ultrapassar R$ 5 milhões. “Cada trabalhador vai receber indenização a título de reparação de danos morais individuais, e a empresa vai pagar também indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 400 mil”, informou nota do MPT. Os trabalhadores eram da Paraíba, Piauí, Pernambuco, Maranhão e Bahia.