Rio de Janeiro, 10 de Fevereiro de 2025

Metade das crianças brasileiras vive na pobreza absoluta

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Sexta, 17 de Janeiro de 2025 às 19:32, por: CdB

O número, porém, está menor do que o observado em anos anteriores. Em 2017, a pobreza atingia 34,3 milhões de crianças e adolescentes, mais de 6 em cada 10. Nos anos seguintes, durante a gestão do mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), a situação se agravou.

Por Redação, com DW – do Rio de Janeiro

Mais da metade das crianças e adolescentes brasileiros vivem em situação de pobreza multidimensional, segundo o estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e divulgado nesta sexta-feira. De acordo com o Unicef, 28,8 milhões de crianças e adolescentes até 17 anos viviam nesta situação em 2023, o equivalente a 55,9% do total.

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Exaustas pelo trabalho braçal, crianças dormem em uma das ruas do Rio de Janeiro

O número, porém, está menor do que o observado em anos anteriores. Em 2017, a pobreza atingia 34,3 milhões de crianças e adolescentes, mais de 6 em cada 10. Nos anos seguintes, durante a gestão do mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), a situação se agravou.

 

Educação

A pobreza multidimensional extrema também caiu, de 13 milhões (23,8%)  de pessoas, em 2017, para 9,8 milhões (18,8%), em 2023, desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao cargo, pela terceira vez. A análise considera não apenas a renda das famílias, mas também o nível de educação, acesso à informação, água, saneamento, moradia, proteção contra o trabalho infantil e segurança alimentar.

“A pobreza infantil é multidimensional porque vai além da renda. Ela é resultado da relação entre privações, exclusões e vulnerabilidades que comprometem o bem-estar de meninas e meninos”, disse Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do Unicef no Brasil, em nota publicada no site da instituição.

“Os resultados deste estudo mostram que o Brasil conseguiu avançar nas diversas dimensões avaliadas, reduzindo a pobreza multidimensional e impactando positivamente meninas e meninos em todo o país”, acrescentou.

 

Renda

Segundo o estudo, que se baseia na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a redução dos indicadores de pobreza foi impulsionada principalmente pela ampliação de programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial, instituído em resposta à crise provocada pela pandemia e, a partir de 2022.

Segundo a pesquisa, cerca de 17,9 milhões de famílias eram beneficiárias dos programas no primeiro trimestre de 2022. Esse número aumentou para aproximadamente 21,6 milhões de famílias no primeiro trimestre de 2023.

Em termos absolutos, o estudo mostra que, em 2019, 750 mil crianças e adolescentes saíram da pobreza devido aos programas de transferência de renda. Em 2022, esse número saltou para 2,9 milhões, até crescer mais uma vez para 4 milhões, em 2023.

 

Informação

Com isso, a dimensão renda foi uma das que apresentaram a redução mais significativa de famílias em situação de vulnerabilidade no período analisado. Em 2017, por exemplo, uma a cada quatro crianças e adolescentes de até 17 anos vivia abaixo da linha da pobreza monetária (25,4%), cuja renda familiar era inferior a R$ 355 mensais por pessoa. Em 2023, esse percentual caiu para 19,14%, o que equivale a aproximadamente uma em cada cinco crianças e adolescentes.

O percentual de crianças sem acesso à informação também teve uma mudança drástica no período analisado, caindo de 17,5% nos quatro anos de Bolsonaro, para 3,5% em dois anos de gestão petista. Na dimensão água, o recuo foi de 6,8% para 5,4%. No caso do saneamento o percentual caiu de 42,3% para 38%.

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