Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Matteo Salvini reitera fechamento de portos italianos em meio à revolta de prefeitos

Arquivado em:
Quinta, 03 de Janeiro de 2019 às 09:45, por: CdB

Salvini respondeu assim à oferta lançada nesta quinta-feira pelo prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, de abrir esse porto italiano para a embarcação Sea Watch 3.

Por Redação, com EFE - de Roma

O vice-primeiro-ministro da Itália e ministro do Interior, Matteo Salvini, reiterou nesta quinta-feira que os portos de seu país estão fechados para os imigrantes ilegais, em meio à revolta de vários prefeitos que se negam a acatar as normas anti-imigração.
matteo.jpg
O vice-primeiro-ministro da Itália e ministro do Interior, Matteo Salvini,
– Os portos italianos estão fechados, acolhemos muitos falsos foragidos, enriquecemos muitos contrabandistas. Os prefeitos de esquerda devem pensar nas dificuldades de seus cidadãos, não na dos clandestinos – afirmou Salvini. Salvini respondeu assim à oferta lançada nesta quinta-feira pelo prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, de abrir esse porto italiano para a embarcação Sea Watch 3, que com dezenas de imigrantes resgatados no Mediterrâneo pôde entrar em águas de Malta, mas não tem autorização para desembarcar. – Espero que esta embarcação se aproxime do porto de Nápoles porque contrariamente ao que diz o Governo, nós iniciaremos um plano de salvamento. Eu serei o primeiro a dirigir as manobras de salvamento – afirmou o prefeito dessa cidade do sul da Itália em entrevista. A embarcação da ONG alemã de mesmo nome, com 32 imigrantes a bordo, recebeu na quarta-feira autorização de Malta para entrar em suas águas territoriais por motivos humanitários, mas não para desembarcar os resgatados, que já estão há 13 dias a bordo. – O comportamento dos governantes se parece com o dos traficantes de seres humanos, porque lucram com esta gente, lucram politicamente fazendo as pessoas acreditarem que a infelicidade dos países ocidentais se deve ao povo e às crianças que arriscam suas vidas no mar – acrescentou De Magistris. A oferta do prefeito napolitano para receber os imigrantes apesar da política de mão dura aplicada pelo Governo italiano se soma à decisão anunciada na quarta-feira por outro prefeito, o de Palermo (capital da ilha de Sicília), Leoluca Orlando, de suspender a aplicação do chamado "decreto de segurança" de Salvini. Orlando, do Partido Democrático (centro-esquerda, na oposição), anunciou na quarta-feira que não cumprirá com tal lei, aprovada no ano passado, que restringe os direitos dos imigrantes e endurece as condições para os solicitantes de asilo. – O decreto é desumano e transforma os imigrantes em criminosos – afirmou o prefeito de Palermo, que acrescentou que não se trata "de uma desobediência civil pela nossa parte e nem objeção de consciência. Trata-se da simples aplicação dos direitos constitucionais que estão garantidos para todos aqueles que vivem no nosso país". A rebelião de Orlando foi rapidamente respondida por Salvini, que ameaçou com a destituição dos prefeitos rebeldes. – Com todos os problemas que existem em Palermo, o prefeito quer fazer desobediência civil em torno dos imigrantes – disse o líder ultradireitista. Salvino lembrou a Orlando e a outros prefeitos do PD que o decreto foi aprovado pelo Governo e pelo parlamento, e assinado pelo presidente da república. – Primeiro, temos que pensar nos milhões de pobres e desempregados italianos, defendê-los dos muitos crimes cometidos por imigrantes ilegais, e depois salvaremos o resto do mundo – ressaltou.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo