Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Lula quer vetar taxação sobre compras internacionais de baixo custo

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Quinta, 23 de Maio de 2024 às 19:24, por: CdB

Apesar de falar que está aberto à negociação, o petista disse que não sabe se aceitaria outra taxa. “Quem é que compra essas coisas? São mulheres, a maioria, jovens, e tem muita bugiganga. Nem sei se essas bugigangas competem com coisas brasileiras, nem sei”, comentou. “Como você vai proibir pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo?”

Por Redação – de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiantou, quinta-feira, que a tendência do governo é de vetar a taxação para compras internacionais de até US$ 50, mas que está aberto a negociar sobre a pauta. A medida foi incluída no Projeto de Lei que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover). A iniciativa prevê incentivos para o setor automotivo.

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Roupas bonitas, ao estilo chinês, e com preços bem pequenos tornaram a Shein um gigante em vendas

De acordo com Lula, um encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar do tema não foi marcado, mas ele está à disposição.

— A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar. Precisamos tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros e fazer uma coisa uniforme. Estamos dispostos a negociar e encontrar uma saída — disse Lula a jornalistas, nesta manhã.

 

Medida

A taxação das compras internacionais de até US$ 50, que impacta sites asiáticos como Shein e Shopee, é defendida pelo presidente da Câmara. A expectativa é que o PT e o PL tentem derrubar a medida por meio de destaques após a votação do texto principal do Mover.

A declaração do petista ocorreu enquanto Lula esperava o presidente do Benin, Patrice Talon, chegar ao Palácio do Planalto, para um encontro bilateral. De acordo com o chefe do Executivo brasileiro, não estava previsto um encontro com Lira nesta quinta-feira.

— Mas se ele quiser conversar, depois (da agenda) do presidente do Benin, estou à disposição — pontuou.

 

Uniforme

Apesar de falar que está aberto à negociação, o petista disse que não sabe se aceitaria outra taxa. “Quem é que compra essas coisas? São mulheres, a maioria, jovens, e tem muita bugiganga. Nem sei se essas bugigangas competem com coisas brasileiras, nem sei”, comentou. “Como você vai proibir pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo?”

Lula disse, ainda, ter debatido o assunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

— Quando discuti, eu falei com Alckmin: minha mulher compra, sua mulher compra, sua filha compra, todo mundo compra, a filha do Lira compra. Então precisamos tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros e fazer uma coisa uniforme — acrescentou.

 

Mensagem

Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) chegou a encaminhar mensagem aos parlamentares da base aliada, na véspera, para avisar que Lula fechou posição contra o fim da isenção para compras internacionais de até US$ 50. A medida estava prevista para ser votada na noite passada, mas não foi adiante.

“Prezados, informo que a prioridade do governo no Plenário (desta quarta-feira) é a votação e a aprovação do PL do Mover. Informo, também, que o presidente Lula me orientou a votar contrariamente à taxação das compras internacionais de até US$ 50 pelo e-commerce”, resume a mensagem enviada por Guimarães a grupos de WhatsApp.

A tributação das compras de até US$ 50, feitas em sites estrangeiros transformou-se em um cavalo-de-batalha não apenas nas redes sociais, mas também dividiu o setor privado e rachou as bancadas de parlamentares que atuam em defesa de interesses empresariais no Congresso.

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