Lula também enviou um recado ao agronegócio brasileiro no discurso que fez na abertura da reunião ministerial, ao pedir que o setor haja com responsabilidade que, assim, “será muito respeitado pelo governo”.
Por Redação - de Brasília
Presidente da República em pleno vigor, o líder popular Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu seus 37 ministros, nesta sexta-feira, e ajustou o foco da administração para o completo respeito às leis e ao Congresso. Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa a pasta da Indústria e do Comércio Exterior, Lula reforçou o caráter de frente ampla de seu governo.
— Nós não somos um governo de pensamento único, de filosofia única, de apenas pessoas iguais. Somos um governo de pessoas diferentes — afirmou o presidente.
Lula também enviou um recado ao agronegócio brasileiro no discurso que fez na abertura da reunião ministerial, ao pedir que o setor haja com responsabilidade que, assim, “será muito respeitado pelo governo.”
— Aqueles que quiserem teimar e continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida. Porque, neste país tudo vale, a única coisa que não vale é o cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da sociedade brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação — avisou.
Diferenças
Durante quase uma hora, o presidente falou aos ministros sobre as expectativas criadas entorno do desempenho do novo governo, em especial a relação com o Senado e a Câmara dos Deputados.
— Nós temos que saber que nós é que precisamos manter uma boa relação com o Congresso, e cada um de vocês, ministros, tem a obrigação de manter a mais harmônica relação (com o Parlamento) — acrescentou.
Para Lula, as diferenças ideológicas deverão ser sobrepostas pelo “interesse do povo brasileiro”.
— Eu tenho consciência que não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é o governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado. E assim nós vamos governar os quatro anos — pontuou o presidente
Críticas
Em outro momento de seu discurso, Lula voltou a pedir para que as desavenças familiares sejam resolvidas, como já havia feito no discurso de sua posse, em 1º de janeiro deste ano.
— Nossa tarefa é uma tarefa árdua, mas é uma tarefa nobre. A gente vai ter que entregar esse país melhor. As pessoas pareciam que estavam se encontrando consigo mesmo. É preciso acabar com essas brigas familiares. A nossa posse mostrou que é possível a gente fazer esse país voltar a sorrir. É possível fazer essas pessoas voltarem a sonhar e a nossa obrigação é de transformar esse sonho em realidade. Esse é o compromisso de cada companheiro e de cada companheira que assumiu esse ministério — sublinhou.
Alckmin (PSB), também usou a palavra e aproveitou a oportunidade para criticar Bolsonaro. Ele disse que, em quase 50 anos de vida pública, nunca viu um político usar tanto a máquina pública para tentar se reeleger. Após os discursos, a reunião foi fechada para a imprensa.