O presidente sinalizou que o deputado Pedro Lucas Fernandes (UB-MA), atual líder do partido na Câmara, ficará com a vaga.
Por Redação – de Brasília
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiantou que o partido União Brasil (UB) manterá a indicação de um nome para a vaga de ministro das Comunicações, após a saída de Juscelino Filho do cargo. Lula, na véspera, após participar da IX Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) em Tegucigalpa, abordou o assunto em conversa com jornalistas.

O presidente sinalizou que o deputado Pedro Lucas Fernandes (UB-MA), atual líder do partido na Câmara, ficará com a vaga.
— O União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho o nome, eu conheço o Pedro Lucas. Vou conversar com o União Brasil e, se for o caso, eu já discuto a nomeação dele. Vou convocar o presidente do Senado, (Davi) Alcolumbre (UB-AP), alguns dirigentes do União Brasil e vamos conversar — disse o presidente.
Dia a dia
Lula também comentou a saída de Juscelino Filho do cargo de ministro das Comunicações. O agora ex-ministro pediu desligamento da função na terça-feira, após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos desvios em emendas parlamentares quando era deputado.
— É uma prática, desde o meu primeiro mandato, que todas as pessoas têm o direito de se defender, provar sua inocência, mas, toda vez que um ministro é denunciado pelo procurador-geral, é uma política saudável que ele se afaste do governo para poder provar sua inocência e não comprometer o dia a dia do governo. O dia a dia do governo é de muito trabalho, muita coisa prática — acrescentou.
O presidente, no entanto, preferiu não anunciar outras mudanças no primeiro escalão, possibilidade que ganhou força após a primeira metade do mandato.
— Eu vou repetir para vocês: qualquer mudança no governo é uma decisão unilateral do presidente da República, a não ser que um partido que tem um ministro queira tirar o ministro, ele tem o direito de dizer que não quer mais o ministro, e eu tenho o direito, ou não, de indicar outro desse mesmo partido — pontuou.
Declaração
A IX Cúpula da Celac foi encerrada, na véspera, com a divulgação de uma declaração conjunta marcada por dissidências de três países-membros: Argentina, Nicarágua e Paraguai.
Embora a maior parte dos 33 países do bloco tenha endossado os termos do documento, os três governos optaram por não assinar a declaração final. No rodapé do texto, a Celac reconhece que a declaração “foi contestada pelas delegações” dos três países “por diferentes razões”, ressaltando que os demais membros “respeitam e reconhecem” essas posições divergentes.
O principal ponto de discórdia da Argentina está no item 2 da declaração, que reafirma a América Latina e o Caribe como uma “Zona de Paz” e, em seu trecho final, condena “a imposição de medidas coercitivas unilaterais, contrárias ao Direito Internacional, incluindo aquelas que restringem o comércio internacional”.
Embora o texto não cite diretamente os Estados Unidos ou seu presidente de extrema direita, Donald Trump, o trecho foi interpretado como uma crítica às políticas protecionistas adotadas por Washington. O governo de Javier Milei, alinhado politicamente a Trump, se opôs à inclusão da frase.