Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Lobista presta depoimento ‘mais cínico’ até hoje, diz relator da CPI

O empresário José Ricardo Santana, há 30 dias, passou à condição de investigado pelo colegiado. Ele foi citado como parte do encontro de 25 fevereiro em que, segundo o policial Luiz Paulo Dominghetti, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias teria pedido propina em um contrato de vacinas contra a covid-19.

Quarta, 15 de Setembro de 2021 às 12:11, por: CdB

O empresário José Ricardo Santana, há 30 dias, passou à condição de investigado pelo colegiado. Ele foi citado como parte do encontro de 25 fevereiro em que, segundo o policial Luiz Paulo Dominghetti, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias teria pedido propina em um contrato de vacinas contra a covid-19.

Por Redação - de Brasília Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o advogado Marconny Albernaz Ribeiro, apontado como lobista da Precisa Medicamentos, fez o mais "cínico" dos depoimentos já prestados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, até a data de hoje. 
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Empresário Marconny Faria, apontado como lobista da Precisa Medicamentos, presta depoimento à CPI da Covid
— Estamos diante do mais cínico dos depoimentos. Igual a esse nenhum. Ele não se recorda que esteve com Ricardo Santana apesar dos documentos fartos que nós temos. Era um militante político. Veja o estágio de degenerescência que nós nos expomos nos últimos anos no país. Se destacou no trabalho de bastidor, de lobby, de defesa de interesses escusos para várias empresas, principalmente, para a Precisa — afirmou Calheiros.

Consulta

O empresário José Ricardo Santana, há 30 dias, passou à condição de investigado pelo colegiado. Ele foi citado como parte do encontro de 25 fevereiro em que, segundo o policial Luiz Paulo Dominghetti, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias teria pedido propina em um contrato de vacinas contra a covid-19. O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), também criticou o depoente Marconny Albernaz Ribeiro. — Posso pedir agora à assessoria técnica do Senado para fazer uma consulta à ministra Cármen Lúcia, que age rapidamente para saber quais são (os direitos do HC), porque o senhor comprometer em algo que o auto incrimine eu entendo — disse Aziz.

Assessoria

No entanto, o senador afirmou que Marconny mentiu à CPI. — Agora, não tem nenhum senador sendo investigado, que eu saiba, até agora. O senhor está mentindo, faltando com a verdade. Falar não fere seus direitos constitucionais — prosseguiu. "Não dá pra levar a sério que você vai ficar calado. Não vai dar uma de Carlos Wizard e ficar calado", disse o parlamentar em alusão ao empresário Wizard investigado pela CPI e que preferiu ficar em silêncio quando foi depor na comissão no dia 30 de junho. — Me lembra aquele desenho animado Papa Léguas e Coiote. O Coiote tentava pegar o Papa Léguas, que dava seu jeito de fugir. Neste caso o senhor era o Coiote. O senhor como lobista tentou se dar e não conseguiu absolutamente nada — acrescentou. O advogado negou envolvimento na compra de vacina e disse que fez "assessoria política" para a Precisa.

No camarote

— Nunca me envolvi em compra de vacina. Fui sondado para assessorar a Precisa. Mas foi uma assessoria técnica, em concorrência política, que tinha como objetivo  a aquisição de testes rápidos contra a Covid — disse. Ao que o presidente da CPI rebateu: "tudo é política. Análise política”. — Qual a análise política que pode ser feita na compra de testes? — questionou. Em seu depoimento, Nunes de Faria admitiu que conhece Renan Bolsonaro, filho mais novo de Jair Bolsonaro, há dois anos e que, em virtude dessa amizade, foi possível viabilizar sua festa de aniversário, em maio deste ano e em plena pandemia, no Estádio Mané Garrincha. O evento foi realizado no camarote do filho 04 de Bolsonaro.

Jair Renan

O Senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que a proximidade com Renan Bolsonaro foi o cartão de visita para que ele fosse procurado pela Precisa para fazer negócios. — Isso mostra o motivo pelo qual o senhor era procurado para fazer lobby — comprova o senador. O depoente, que durante boa parte da sua oitiva usou o termo “não me lembro” para responder a praticamente todas as perguntas do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL),  disse também que não mantém nenhum negócio com Jair Renan. Questionado sobre a abertura da empresa de Jair Renan, Faria disse que só apresentou um outro advogado para auxiliar na abertura do negócio.
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