O Iraque vem enfrentando há quase 11 meses uma grave crise política, não conseguindo indicar um novo presidente nem um novo premiê. O partido de Sadr foi o vencedor das últimas eleições gerais, realizadas em outubro, sendo a maior força do Parlamento, com 73 dos 329 deputados eleitos.
Por Redação, com Reuters - de Bagdá
O líder xiita Moqtada Sadr fez um apelo nesta terça-feira para que seus apoiadores deixem as estradas e os prédios federais de Bagdá "dentro de uma hora" e parem com os protestos contra o governo do país.
Segundo a emissora Al Arabyia, que acompanha a crise in loco, já são 33 as pessoas que morreram em confrontos com forças de segurança ou por brigas com grupos "infiltrados pró-Irã". O número porém não inclui as vítimas entre os policiais e nem entre essas organizações armadas, que incluiriam a Hachd al-Shaabi.
Mais de 700 ficaram feridas em maior ou menor grau desde o início dos combates na segunda-feira.
Sadr ainda pediu publicamente desculpas ao povo iraquiano por conta dos confrontos letais que vem ocorrendo desde ontem e disse estar "muito triste" com tudo que está acontecendo.
Violência no Iraque
– Estou muito triste com tudo que está acontecendo no Iraque há meses, mas ofereço minhas desculpas ao povo iraquiano pelo que aconteceu. A nossa pátria está prisioneira da corrupção, mas a revolução não é feita com armas. Os protestos devem ser pacíficos – disse ainda o religioso, que agradeceu que as forças de segurança nacionais não atacaram os sadristas quando estes foram alvos dos grupos pró-Irã.
O Iraque vem enfrentando há quase 11 meses uma grave crise política, não conseguindo indicar um novo presidente nem um novo premiê. O partido de Sadr foi o vencedor das últimas eleições gerais, realizadas em outubro, sendo a maior força do Parlamento, com 73 dos 329 deputados eleitos.
No entanto, por conta da falta de resolução, o líder xiita anunciou nesta segunda que estava "se aposentando" da política após 20 anos de atuação e fechando todos os escritórios do partido.
A decisão foi seguida por uma revolta de seus seguidores, que invadiram prédios federais - como o Palácio Republicano - e tomaram as ruas da chamada Zona Verde de Bagdá, local fortificado onde ficam as instituições federais, sedes diplomáticas e residências dos políticos mais influentes do país.
Por conta da tensão, o governo baixou um toque de recolher sem prazo determinado, mas os manifestantes, após uma madrugada relativamente sem incidentes, voltaram às ruas nesta manhã e entraram em confronto.