No início de abril, o Kremlin admitira que a instalação de armas nucleares em Belarus, anunciada pelo presidente Vladimir Putin em 25 de março, seria uma resposta à ampliação da Organização do Tratado das Nações Unidas (Otan).
Por Redação, com DW - de Moscou
Segundo governo russo, repúdio do Ocidente ao armazenamento nuclear em solo belarusso seria incompatível com tolerância de armas norte-americanas na Europa. Neste domingo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, qualificou como "histérica" a reação dos países ocidentais aos planos da Rússia de armazenar armas nucleares táticas em Belarus.
— O Ocidente coletivo não parece inclinado a lembrar de algum modo a questão das armas nucleares americanas, implantadas aqui na Europa, ao redor do nosso país. Mas nesse caso estão inclinados a uma reação histérica aos nossos planos de construir silos para o armazenamento de armas nucleares táticas em território belarusso — disse.
Finlândia
No início de abril, ele admitira que a instalação de armas nucleares em Belarus, anunciada pelo presidente Vladimir Putin em 25 de março, seria uma resposta à ampliação da Organização do Tratado das Nações Unidas (Otan).
— A Aliança está se expandindo em direção à fronteira russa, não é a Rússia que está se aproximando da Otan — comentou Peskov, referindo-se à entrada da Finlândia no bloco.
Por sua vez, o secretário do Conselho de Segurança de Belarus, Aleksandr Volfovich, descartou, em princípio, o emprego de armas nucleares táticas.
— O importante não é a quantidade, o importante é a qualidade e saber usar. E nós sabemos como fazer (… Mas) acho que não vamos usar — citou agência belorrussa de notícias Belta.
Decisão
Volfovich destacou ainda que as armas nucleares, sejam táticas ou estratégicas, destinam-se a dissuadir e "garantir a segurança da Rússia e de Belarus". Quanto aos prazos de implantação, disse ser uma decisão que cabe aos presidentes russo, Vladimir Putin, e belorusso, Aleksandr Lukashenko.
O chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse considerar que seu país está a caminho do ingresso na aliança transatlântica, a despeito da invasão pela Rússia, que já dura mais de um ano: graças à nova ajuda militar ocidental a Ucrânia teria tido uma boa semana para seu "movimento em direção à Otan", declarou neste domingo, em sua mensagem de vídeo diária.
Ele justificou seu otimismo com o fato de a Lituânia, país-membro da União Europeia, ter reconhecido a necessidade de que se convide Kiev a integrar para o bloco, durante a conferência de cúpula da Otan a se realizar em julho, na capital Vílnius. Nesta primeira semana de abril, o parlamento do país báltico decidiu empenhar-se pela filiação ucraniana à aliança militar. A Polônia também já assegurou seu apoio a Kiev nessa candidatura.