Apesar de novos ataques de mísseis e protestos ao longo da barreira, governo em Tel Aviv libera acesso ao enclave palestino. "Grande Marcha do Retorno" da véspera resultou em quatro mortos e centenas de feridos.
Por Redação, com DW - de Jerusalém
O governo de Israel reabriu neste domingo os pontos de passagem para a Faixa de Gaza, informou um porta-voz do Ministério da Defesa. A passagem de Erez, para pessoas, e a de Kerem Shalom, para mercadorias, foram fechadas na última segunda-feira, quando um foguete lançado da Faixa de Gaza atingiu uma casa a nordeste de Tel Aviv, deixando sete feridos. A decisão foi tomada apesar de cinco novos ataques com mísseis contra o país, na noite de sábado, e tiros de tanques israelenses sobre posições do Hamas no enclave palestino. As trocas de fogo não fizeram vítimas. No sábado o Hamas convocou novos protestos ao longo da cerca de separação entre Israel e a Faixa de Gaza. Quatro palestinos foram mortos por tiros de soldados, e centenas ficaram feridos. Israel e o Hamas travaram três guerras desde 2007, quando movimento islâmico assumiu o poder no enclave habitado por 2 milhões de palestinos e atingido por conflitos e pobreza. Desde 30 de março de 2018, milhares de habitantes de Gaza participam toda semana das manifestações ao longo da barreira israelense, conhecidas como "Grande Marcha do Retorno" ou "Marcha de 1 Milhão" e quase sempre acompanhadas de violência. Os palestinos exigem o direito a regressar às terras que abandonaram ou de onde foram expulsos quando da criação do Estado de Israel em 1948, e contestam o rígido bloqueio imposto pelos israelenses ao enclave há mais de dez anos. Pelo menos 262 palestinos foram mortos nos últimos 12 meses, nas manifestações ou em ataques de retaliação por atos hostis do enclave. Do lado israelense, morreram dois soldados. O Egito, mediador tradicional entre o Hamas e Israel, se esforça para estabelecer uma trégua duradoura.