Nesta segunda-feira, Lapid e seu novo aliado, Naftali Bennett, líder do ultranacionalista Yamina, continuaram com as negociações. O político de extrema-direita havia manifestado o interesse de fazer parte do "governo de mudança", abandonando assim seu apoio irrestrito a Netanyahu nos últimos anos.
Por Redação, com ANSA - de Jerusalém
O líder do partido Yesh Atid, Yair Lapid, anunciou no domingo a formação de uma possível aliança para um novo governo em Israel após meses de negociações.
Se a coalizão conseguir conquistar mais quatro parlamentares da Knesset, os opositores colocarão fim ao governo do atual premiê Benjamin Netanyahu por conquistarem a maioria no Parlamento (que tem 61 assentos).
Nesta segunda-feira, Lapid e seu novo aliado, Naftali Bennett, líder do ultranacionalista Yamina, continuaram com as negociações. O político de extrema-direita havia manifestado o interesse de fazer parte do "governo de mudança", abandonando assim seu apoio irrestrito a Netanyahu nos últimos anos.
Também nesta segunda, as reuniões envolveram os centristas do Yesh Atid e os da direita Azul e Branco, de Benny Gantz (que havia tentado um governo de união nacional com o Likud em 2020), e do Nova Esperança, de Gideon Saar. Além do bloco de direita e ultradireita, as siglas de esquerda Partido Trabalhista e Meretz e os árabes do Ra'am também demonstraram apoio à aliança.
O líder do Yesh Atid, reconheceu que ainda "há obstáculos", mas que acredita que todo o processo de anúncio do novo governo e formação ocorrerá até o "próximo fim de semana".
– Em uma semana, o Estado de Israel pode entrar em uma nova era com um premiê diferente. Esse é o nosso primeiro teste, ver se podemos encontrar compromissos inteligentes nos próximos dias para atingir o objetivo maior. Se querem entender porque precisamos mudar a liderança em Israel, escutem o discurso de Netanyahu. Perigoso e louco, de alguém que não tem mais limite. A sua fraqueza enfraquece todos nós – acrescentou.
A votação do novo governo
Lapid tem até essa quarta-feira para formar um novo governo, segundo determinou o presidente Reuven Rivlin. A expectativa da mídia local é que o anúncio, porém, seja anunciado na terça. Se o acordo for firmado, o presidente da Knesset, Yariv Levin, do partido de Netanyahu, terá que convocar a plenária para a votação do novo governo.
Netanyahu está no poder desde 2009 e sempre contou com o apoio de toda o espectro de direita. No entanto, há dois anos, o Likud sofre para formar e manter suas alianças, levando o país às urnas por quatro vezes no período. Esse enfraquecimento vem menos pelas políticas do premiê e mais pela série de escândalos em que Netanyahu está envolvido.
Atualmente, inclusive, ele é o primeiro chefe de Governo no cargo a ser julgado pelos crimes de corrupção, fraude e abuso de poder.
Além disso, o último conflito entre Israel e a Faixa de Gaza enfraqueceu ainda mais a sua base por conta da desproporcionalidade do confronto: enquanto o Exército israelense matou mais de 240 pessoas nos ataques, incluindo mais de 60 crianças, os foguetes do Hamas e da Jihad Islâmica causaram a morte de 12 pessoas.