Mais de dois meses após apreensão, Teerã anuncia liberação do Stena Impero, que foi detido pela Guarda Revolucionária. Autoridades não informam quando embarcação segue viagem.
Por Redação, com DW - de Londres
O governo iraniano informou nesta segunda-feira que o petroleiro de bandeira britânica Stena Impero, capturado há dois meses no Estreito de Ormuz, está livre e "pode se movimentar". – Como já foi reportado, as investigações legais foram concluídas, e as violações do navio foram perdoadas – informou o porta-voz do governo iraniano, Ali Rabiei, de acordo com a agência de notícias iraniana Fars. Ele não disse se o navio havia deixado o porto. Nenhuma autoridade iraniana informou quando o petroleiro deixará o porto da cidade de Bandar Abbas, no qual esteve retido. O Stena Impero foi capturado em 19 de julho pela Guarda Revolucionária iraniana no Estreito de Ormuz, por supostamente descumprir normas de navegação, algo que tanto o Reino Unido como a empresa do navio negaram. A companhia sueca Stena Bulk informou no domingo que o seu navio seria liberado nas horas seguintes. Pouco depois, a Organização de Portos e Navegação do Irã se pronunciou a respeito. O diretor do órgão na província de Hormozgan, Alahmorad Afifipur, afirmou que "estão sendo realizados os processos legais para a saída deste petroleiro das águas iranianas". – Após a emissão do veredicto da suspensão da detenção do petroleiro britânico Stena Impero, a embarcação em breve começará a navegar do porto de Bandar Abbas para águas internacionais – disse Afifipur. A retenção do Stena Impero, com 23 tripulantes a bordo, aconteceu duas semanas depois da apreensão do petroleiro iraniano Grace 1 pela Marinha britânica, perto do litoral de Gibraltar. Gibraltar alegou que havia suspeitas de que o navio transportava petróleo à Síria, país sob sanções da União Europeia. Mas as autoridades iranianas classificaram o ato como pirataria e ameaçaram tomar medidas de represália. O Grace 1, rebatizado para Adrian Darya 1, foi liberado em meados de agosto. No entanto, os EUA impuseram sanções e ofereceram uma recompensa ao capitão para que aproximasse o navio a algum país disposto a retê-lo novamente. O Estreito de Ormuz possui uma considerável importância para a economia do planeta: pela rota marítima entre o Irã e Omã passa um terço do petróleo mundial transportado pelo mar. Esse estreito representa, portanto, um elo importante entre os produtores de petróleo da região, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, e os mercados na Ásia, Europa e América do Norte.