O Etna fica na Sicília, região que registrou na quarta-feira um possível recorde de temperatura na Europa: 48,8ºC, índice medido na província de Siracusa e que ainda precisa ser confirmado por novas análises.
Por Redação, com ANSA - de Roma
Os incêndios florestais que atingem o sul da Itália desde o fim de julho chegaram nesta quinta-feira ao Monte Etna, vulcão ativo de maior altitude na Europa.
Um bosque na cidade de Linguaglossa, que fica às margens do Parque do Etna, foi devorado pelas chamas deflagradas na última madrugada.
O incêndio também destruiu vinhedos e cabanas de agricultores, enquanto aviões e helicópteros atuam para conter o fogo.
Etna
O Etna fica na Sicília, região que registrou na quarta-feira um possível recorde de temperatura na Europa: 48,8ºC, índice medido na província de Siracusa e que ainda precisa ser confirmado por novas análises.
O calor extremo, aliado ao tempo seco, vem provocando uma série de incêndios florestais no sul da Itália, com um saldo de cinco mortes até o momento: quatro na Calábria e uma na Sicília.
Dessas cinco vítimas, três faleceram na última quarta, e duas, na semana passada.
Alerta
Os incêndios florestais que atingem o extremo-sul da Itália desde a última semana fizeram pelo menos mais três vítimas e deixaram alguns feridos na quarta-feira.
Uma delas é Nicola Fortugno, 79 anos, cujo corpo foi encontrado em Cardeto, na província de Reggio Calabria. O idoso, que havia ido para sua propriedade e já tinha sido até dado como desaparecido, foi localizado sem vida devido às queimaduras causadas pelo incêndio que atingiu a região.
Outras quatro pessoas sofreram queimaduras nas chamas que atingiram Vinco, um vilarejo de Reggio Calabria, e foram levadas para um hospital local.
Já no foco de incêndio nos campos de Grotteria, pequeno município da região da Calábria, o aposentado Mario Zavaglia, 76 anos, perdeu a vida no desabamento de sua casa em função do fogo.
Zavaglia havia ido até a propriedade para cuidar do plantio, mas em poucos minutos as chamas envolveram a habitação e não deixaram escapatória para ele. O corpo carbonizado foi encontrado por um de seus filhos, que estava preocupado com a demora do pai para voltar.
O idoso havia se mudado para Grotteria recentemente e habitava no centro da cidade, mas visitava o terreno no campo diariamente para fazer trabalhos agrícolas.
A outra vítima registrada hoje é um agricultor de 30 anos que faleceu esmagado por seu trator em Paternò, na Sicília, quando tentava apagar um incêndio em uma propriedade rural. Ele transportava um barril cheio de água, mas o veículo acabou virando em uma curva e matando o jovem instantaneamente.
Na semana passada, duas pessoas já haviam morrido em San Lorenzo, na Calábria, totalizando cinco vítimas na atual temporada de incêndios florestais na Itália.
– A situação dos incêndios na Calábria está fora de controle. O governo precisa declarar estado de emergência imediatamente – disse Amalia Bruni, candidata a governadora nas eleições regionais previstas para outubro.
O Conselho Regional da Calábria, sob proposta do governador Nino Spirlì, aprovou o pedido ao governo nacional para declarar estado de emergência "em relação aos eventos calamitosos decorrentes da expansão dos incêndios que estão afetando o território da Calábria".
A solicitação reconhece ainda que as autoridades locais "vão proceder, com os sucessivos atos", e realizar a contagem dos danos provocados pelos incêndios, "mediante levantamento específico que será feito nos municípios em questão".
Segundo o Corpo de Bombeiros da Calábria, já foram feitas mais de 4,5 mil intervenções desde o início de julho por causa de incêndios florestais e de vegetação. A Itália enfrenta a semana mais quente do ano, e as temperaturas no sul do país ultrapassam frequentemente os 40ºC.
Em algumas cidades da província de Siracusa, por exemplo, as temperaturas chegaram a uma máxima de 47ºC. Noto (46,1ºC), Francofonte (45,2ºC), Lentini (47ºC) estão entre os municípios mais castigados pela onda de calor.
O prefeito de Siracusa chegou até a informar que a Defesa Civil e Cruz Vermelha estão monitorando as pessoas em maior risco, como os idosos, "devido ao calor sufocante". Além disso, a região está em "alerta máximo de incêndio".