Enquanto alguns estudantes relatam como o apoio de professores os ajudou a não se sentirem ainda mais afastados da escola durante o ensino remoto, outros reclamam da distância e da sobrecarga de tarefas.
Por Redação, com DW - de Brasília
A relação entre aluno e professor é de suma importância no processo de aprendizagem de qualquer estudante, especialmente para quem frequenta a escola pública no Brasil. Com a pandemia, o distanciamento social e a mudança do ensino presencial para o remoto, essa relação passou por um processo de ressignificação. A pandemia tem sido, sem dúvida, o período em que os alunos mais precisam dos seus professores, e faz toda a diferença quando se sentem acolhidos e notados. – Como as aulas de forma remota, os alunos precisavam que os professores estivessem mais presentes para ajudar e ensinar o conteúdo – diz a Ana, estudante de Pernambuco. Kelly, de São Paulo, passou por uma situação crucial para ela: "Pediram para eu ir à escola, e basicamente estavam preocupados por eu não estar participando das aulas online. Essa manifestação foi por sugestão de uma professora que estava preocupada comigo. Ela foi à escola e comentou sobre mim, pois notou que eu estava afastada. Foi muito bacana, pois eu nunca vi um professor se preocupar tanto assim com o aluno em todos os meus anos de escola. Foi um cuidado maravilhoso. Isso me motiva a melhorar, me motiva a sair mais da zona de conforto, confiante de que alguém vai estar lá para me ajudar." Para alguns alunos, o ensino remoto os aproximou ainda mais dos professores e eles notaram que o contexto da pandemia promoveu uma maior empatia na relação, mas, para outros, infelizmente a maioria, o sentimento foi de mais distância do que nunca. – Senti-me mais afastada dos professores. Raramente conversávamos virtualmente, a não ser para o envio das tarefas. Foi e continua sendo um período bem ruim. Estou no terceiro ano e acredito que vai pesar muito para nós nos próximos anos. Já estamos sofrendo as consequências em relação ao que aprendemos, mas acredito que irá piorar – diz Kélita, aluna do Espírito Santo.