Apesar dos dados alarmantes, o estudo aponta que a implementação em larga escala da IA com uso de tecnologia atual de hardware e de software é improvável de acontecer tão depressa.
Por Redação, com Canaltech - de Amsterdã
Os debates sobre os riscos oferecidos pela inteligência artificial parecem ter sobreposto uma outra preocupação tão importante quanto: a quantidade gigantesca de energia elétrica usada para realizar o treinamento de modelos de linguagem, como PaLM 2, do Google.
De acordo com um artigo assinado pelo cientista de dados Alex de Vries e publicado na Universidade Livre de Amsterdã, a indústria da IA terá capacidade de consumir a mesma quantidade de energia que um país do tamanho da Argentina ou da Holanda até 2027.
Outro fato averiguado pelo estudo afirma que, caso o Google migrasse completamente seus mecanismos de pesquisas para operarem somente com inteligência artificial, o nível de consumo de energia subiria para 29,3 terawatts-hora anuais, o que se aproxima do mesmo nível de consumo de um país como a Irlanda.
No ano retrasado, o Google usou 18,3 TWh de eletricidade, com a IA representando aproximadamente 10% a 15% desse consumo. No entanto, a gigante da tecnologia está ampliando rapidamente seu uso da inteligência artificial, incluindo o lançamento do Bard e a incorporação da IA em seu mecanismo de busca.
Não tão rápido
Apesar dos dados alarmantes, o estudo aponta que a implementação em larga escala da IA com uso de tecnologia atual de hardware e de software é improvável de acontecer tão depressa. De Vries aponta que um dos principais desafios para essa adoção generalizada é a escassez de unidades de processamento gráfico (GPUs) com poder de processamento adequado para lidar com toda essa quantidade de dados.
– Seria aconselhável que os desenvolvedores não apenas se concentrassem na otimização da IA, mas também considerassem criticamente a necessidade de usar IA em primeiro lugar, pois é improvável que todas as aplicações se beneficiem da IA ou que os benefícios sempre superem os custos – recomendou o cientista de dados.
Embora fique no campo da especulação, o artigo revela um impacto frequentemente negligenciado do crescimento das tecnologias de inteligência artificial. Atualmente, os data centers consomem cerca de 1-1,3% da eletricidade global, e a integração da IA em aplicativos existentes, como motores de busca, poderia aumentar essa porcentagem de forma significativa.