Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Homem admite matar ex-líder do Parlamento ucraniano por vingança

Suspeito do assassinato de Andriy Parubiy afirma ter agido por vingança pessoal, enquanto autoridades ucranianas apontam envolvimento da Rússia no crime.

Terça, 02 de Setembro de 2025 às 15:10, por: CdB

As autoridades ucranianas garantiram que o crime havia sido cuidadosamente planejado e que a Rússia estava envolvida no assassinato do legislador.

Por Redação, com CartaCapital – de Kiev

O homem suspeito de ter matado o deputado e ex-presidente do Parlamento ucraniano Andriy Parubiy confessou o crime, mas negou qualquer ligação com a Rússia e disse que o fez por uma “vingança pessoal”, segundo vídeos divulgados por meios de comunicação ucranianos.

Homem admite matar ex-líder do Parlamento ucraniano por vingança | Ucrânia prende o suspeito pelo assassinato de Andriy Parubiy, ex-presidente do Parlamento
Ucrânia prende o suspeito pelo assassinato de Andriy Parubiy, ex-presidente do Parlamento

– Sim, admito que o matei – disse o homem, identificado como Mijailo Stselnikov, de 52 anos, em resposta a perguntas dos jornalistas em um vídeo transmitido por vários meios locais.

– Esta é a minha vingança pessoal contra as autoridades ucranianas – acrescentou.

Quando lhe perguntaram se trabalhava com os serviços de segurança russos, ele respondeu: “Não”.

A vingança, segundo o homem, foi pela morte de seu filho na frente de guerra com a Rússia.

As autoridades ucranianas garantiram na segunda-feira que o crime havia sido cuidadosamente planejado e que a Rússia estava envolvida no assassinato do legislador, um conhecido militante independentista ucraniano e líder dos protestos pró-europeus ocorridos no país em 2004 e 2014.

– Há um rastro russo – afirmou na segunda-feira o chefe da Polícia Nacional ucraniana, Ivan Vigivski.

A filial ucraniana da rádio RFE/RL, citando fontes das forças de segurança, afirmou que o suspeito disse às autoridades que havia entrado em contato com agentes russos enquanto procurava informações sobre o paradeiro de seu filho, desaparecido na frente de batalha em 2023.

O homem, por sua vez, disse à imprensa que “tudo o que quero é que o veredicto seja emitido o mais rapidamente possível” para pedir para se juntar a uma troca de prisioneiros de guerra com a Rússia e “ir buscar o corpo do meu filho”.

Ucrânia

Stselnikov afirmou ter escolhido sua vítima simplesmente porque ambos viviam em Lviv, no oeste da Ucrânia, onde ocorreu o assassinato.

Segundo a Polícia, Stselnikov disparou contra Parubiy oito vezes em plena luz do dia, confirmou que ele estava morto e depois fugiu. Foi preso na madrugada de segunda-feira.

Historiador de formação, Parubiy, de 54 anos, também era um destacado defensor da língua ucraniana, um tema de forte carga política.

Foi uma figura conhecida no movimento pró-europeu de Maidan em 2014, que exigia um estreitamento das relações com a Europa e um distanciamento da influência do Kremlin.

Nesse mesmo ano, a imprensa ucraniana relatou que Parubiy havia sobrevivido a uma tentativa de assassinato com granada.

A imprensa russa, por outro lado, indicou que Parubiy era procurado pelas autoridades de Moscou desde 2023.

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