Guerrilha ELN foi responsável por carro-bomba em Bogotá, diz ministro
No ataque de quinta-feira, que o governo descreveu como um ato de terrorismo, o carro-bomba atravessou as barreiras de proteção da Escola General Santander antes de explodir.
No ataque de quinta-feira, que o governo descreveu como um ato de terrorismo, o carro-bomba atravessou as barreiras de proteção da Escola General Santander antes de explodir.
Por Redação, com Reuters - de Bogotá
O grupo rebelde colombiano ELN foi responsável pela explosão de um carro-bomba em uma academia de polícia que matou ao menos 21 pessoas e deixou dezenas de feridos em Bogotá, disse o ministro da Defesa do país, Guillermo Botero, nesta sexta-feira.
Ministro da Defesa da Colômbia, Guillermo Botero
No ataque de quinta-feira, que o governo descreveu como um ato de terrorismo, o carro-bomba atravessou as barreiras de proteção da Escola General Santander antes de explodir. A força da explosão quebrou janelas de apartamentos nos arredores da academia.
O Exército da Libertação Nacional (ELN), composto por cerca de 2 mil combatentes e considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia, começou negociações de paz com o governo do ex-presidente Juan Manuel Santos em fevereiro de 2017, mas o diálogo foi paralisado pelo atual presidente, Iván Duque.
O presidente Iván Duque chamou o ataque a bomba de “ato terrorista louco” contra cadetes desarmados. Ele disse ter ordenado à polícia e aos militares que encontrem os responsáveis e os levem à Justiça.
– Os colombianos nunca cederam ao terrorismo, nós sempre o derrotamos. Esta não será uma exceção – disse ele em uma entrevista na academia.
Os investigadores identificaram o motorista como José Aldemar Rojas Rodriguez. Ele estava entre os mortos, disse o procurador-geral da Colômbia, Nestor Humberto Martinez. Ele acrescentou que o carro estava carregado com 80 quilos de pentolite altamente explosivo, substância que no passado era utilizada por grupos guerrilheiros colombianos.
Carros-bomba
Carros-bomba foram frequentes na Colômbia em decorrência de décadas de guerra civil entre o Estado e diversos grupos terroristas de esquerda, bem como da violência ligada ao cartel de drogas de Medellin, liderado pelo narcotraficante Pablo Escobar.
O núcleo da guerra, na qual 260 mil morreram e milhões foram deslocadas, teve um desfecho em 2016, quando o governo fechou um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O último grande atentado no país havia ocorrido em janeiro de 2018, quando o maior dos grupos rebeldes ainda ativos, o Exército de Libertação Nacional (ELN), detonou uma bomba na cidade de Barranquilla, no norte do país, matando cinco policiais e ferindo dezenas.
O ELN, composta por cerca de 2 mil combatentes e considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos, tem participado de negociações com o governo desde fevereiro de 2017, com o objetivo de encerrar o conflito.
Duque, que tomou posse em agosto, colocou como condição para as negociações de paz com o ELN a interrupção das hostilidades e a libertação de todos os reféns.