As frases foram ditas durante encontro com integrantes da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, que brigam para ter de volta R$ 600 milhões de recursos retirados do ministério da área. No local estavam deputados da base e de oposição, que não esconderam as críticas ao ministro, à saída do encontro.
11h58 - de Brasília
Ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes afirmou, nesta terça-feira, que não falta dinheiro para o país, mas falta gestão. Em reunião em sua sala, ele chamou colegas do próprio governo de incompetentes, se referiu a Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) como “burro”, e disse que "às vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui."
As frases foram ditas durante encontro com integrantes da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, que brigam para ter de volta R$ 600 milhões de recursos retirados do ministério da área. No local estavam deputados da base e de oposição, que não esconderam as críticas ao ministro, à saída do encontro.
Nesse contexto, Guedes afirmou que há muita incompetência na gestão do dinheiro público, que ministros não executam os recursos que estão disponíveis e deixam valores parados, sem utilização.
Reclamação
Especificamente sobre a Ciência e Tecnologia, o titular da Economia se referiu a todo tempo a Pontes sem citar seu nome, mas chamando-o de astronauta. Ele deu a entender que o colega de Esplanada vive no ‘espaço’ e não entende nada de gestão.
Guedes criticou a reclamação em questão, sobre o corte nos valores da pasta, dizendo que cerca de 50% da execução orçamentária até agora não foi feita. Ele se queixou das prioridades do ministério, afirmou que sempre defendeu o investimento em ciência, mas que o dinheiro foi parar em ‘foguetes’. Nesse momento, usou a palavra "burro" para classificar o gestor.
O ministro da Economia usou Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) como exemplo da boa utilização dos recursos públicos, afirmando que tudo que entra na pasta, logo sai para investimentos na área. Além das críticas à Ciência e Tecnologia, Guedes também citou outros dois ministros como exemplos que já foram negativos de gestão. Um deles foi Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).
Segundo versão do titular da Economia, passada ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, Jair Bolsonaro pediu no início do ano que arrumasse R$ 1 bilhão para a Infraestrutura. Depois de alguns estudos, Guedes declarou que decidiu que teria que tirar da pasta de Marinho.