Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Grávida perde bebê na UPA de Nilópolis, atendimento é questionado

Denúncia de negligência em atendimento a grávida em Nilópolis. Jony do Corte relata descaso em duas unidades de saúde, resultando na perda do bebê.

Sábado, 13 de Setembro de 2025 às 13:33, por: CdB

Empreendedora também relatou que assistência foi negada em duas unidades de saúde.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

Um barbeiro publicou um vídeo em suas redes sociais, na madrugada de quinta-feira, denunciando uma suposta negligência no atendimento à mulher grávida em duas unidades de saúde de Nilópolis, Baixada Fluminense. Segundo ele, a jovem expeliu grande quantidade de sangue e não foi atendida nos dois locais, perdendo o bebê de um mês e meio.

Grávida perde bebê na UPA de Nilópolis, atendimento é questionado | Mulher acabou perdendo o bebê
Mulher acabou perdendo o bebê

Jony do Corte, como é conhecido na web, relatou que a mulher passou mal em casa por volta de 2h30 e a levou ao Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, onde o atendimento foi negado. Em seguida, seguiu para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, e a situação se agravou.

Nas imagens, o pai aparece desesperado, implorando atendimento à médica que estava em um consultório. Em determinado momento, ele filma a profissional, que levanta e fecha a porta no rosto do barbeiro. Depois disso, o rapaz se desespera, bate diversas vezes na porta do consultório e grita: “É minha esposa! Vocês são pais e mães também, pelo amor de Deus!”. Assista:

“Parecia que estávamos perdendo o bebê. Tivemos atendimento negado no Hospital Calazans e na UPA de Nilópolis. Só a levaram para o Juscelino porque moradores, ao verem meu desespero, obrigaram a ambulância a levá-la”, relatou na legenda do vídeo publicado.  

Segundo ele, a demora e a recusa inicial de atendimento agravaram o sofrimento da companheira. “Quem conhece a UPA do Cabuís sabe: a ambulância fica parada, os caras fumando e batendo papo. Foi negada a ajuda. Obrigado aos moradores que salvaram a vida da minha esposa. Quem é pai ou será, sabe o desespero que é. Nem dormi direito; só queria, ao menos, uma injeção para amenizar a dor dela.”

Segundo a empreendedora Yohanna Pontes, mulher de Jony, a médica teria se recusado a prescrever remédios ao perceber o nervosismo do marido. ”Essa mulher teve a capacidade de virar para a minha cara e dizer que não iria prescrever nada, já que meu marido estava nervoso”.

Mulher perdeu bebê

Jony disse ainda que a mulher teve um aborto espontâneo. No entanto, não há informações sobre se a demora no atendimento contribuiu para a perda gestacional. 

Em um segundo vídeo, publicado após o ocorrido, ele respondeu às críticas recebidas nas redes sociais. “Eu sei que UPA não é maternidade, mas onde eu moro é mais perto da UPA do que da maternidade. Ela estava morrendo de dor, entendeu? Então, na UPA eu contei com uma ambulância, com os primeiros socorros. Eu não entendo, sou pai de primeira viagem, eu não tenho filho ainda”.

Procuradas por Agenda do Poder, a Secretaria Municipal de Saúde de Nilópolis e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) ainda se manifestaram sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestação.

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