Segundo o ministro, o objetivo é retomar o "protagonismo do Galeão", o Aeroporto Internacional Tom Jobim, localizado na Ilha do Governador, na Zona Norte. O maior aeroporto do Rio de Janeiro vem perdendo passageiros a cada ano.
Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro
Na última semana, o ministro de Portos e Aeroportos do Brasil, Márcio França, afirmou que o Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, "terá uma redução em relação ao número registrado em 2022, e ficará abaixo de 10 milhões de passageiros em 2023".
Segundo o ministro, o objetivo é retomar o "protagonismo do Galeão", o Aeroporto Internacional Tom Jobim, localizado na Ilha do Governador, na Zona Norte. O maior aeroporto do Rio de Janeiro vem perdendo passageiros a cada ano, enquanto o Santos Dumont, que não recebe voos internacionais, tem operado no limite da sua capacidade máxima, provocando atrasos e filas.
No último ano, a movimentação de passageiros no Galeão foi de apenas 5,9 milhões enquanto sua capacidade anual é de 37 milhões. Já o Santos Dumont registrou mais de 10 milhões de embarques e desembarques.
No site da Infraero constava que o aeroporto tinha capacidade de atender até 9,9 milhões de passageiros por ano. Porém, o órgão federal passou a divulgar que a capacidade por ano do SDU é de 15,3 milhões. O órgão responsável por administrar os aeroportos brasileiros não retornou à reportagem.
Desequilíbrio entre os dois aeroportos
O desequilíbrio entre os dois aeroportos e, principalmente, o esvaziamento do Galeão é tema recorrente nas redes sociais do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). Em diversas postagens, Paes reclama da falta de voos domésticos e internacionais diretos. Ele afirma que 550 mil turistas internacionais precisaram fazer conexão em São Paulo para chegar ao Rio em 2022.
– Hoje o Rio tem voo direto para somente 27 destinos domésticos. São Paulo tem 57, Brasília 40, Belo Horizonte 39, Recife 30. Em função deste baixo número de destinos domésticos, cerca de 5 mil passageiros/dia têm que fazer pelo menos uma conexão para chegar ao destino final. Este é o maior número entre as dez principais cidades brasileiras. Isto é resultado da concentração de voos em um aeroporto estrangulado como o SDU – escreveu Paes.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também se posicionou a favor de mais voos internacionais. "Ter mais malha aérea no Galeão recupera a economia do Rio de Janeiro e recupera o turismo brasileiro. Não é interesse só do Rio. O Rio é o grande cartão-postal do Brasil para o mundo. Ter mais voos para o Galeão ajuda todos os destinos turísticos brasileiros", afirmou.
O prefeito do Rio voltou a defender a redução de voos no SDU para fortalecer o aeroporto internacional na segunda-feira. Em entrevista ao canal Globo News, ele disse que Rio é o principal destino de turistas a lazer do Brasil.
– O SDU responde por 90% da empresa estatal Infraero. SDU e Galeão não podem ser responsáveis pela arrecadação da Infraero que cuida de todos os aeroportos do Brasil. Essa conta não pode inviabilizar a cidade. Uma cidade que é buscada por turistas internacionais, que mais atrai turistas do Brasil, é um absurdo não ter voos internacionais – afirmou.
A questão dos aeroportos do Rio, assim como possíveis soluções para o Galeão e o SDU, serão tratadas em um encontro no dia 24 de abril com a Secretaria Nacional de Aviação Civil com a presença do ministro Márcio França, o governador Cláudio Castro (PL) e o prefeito do Rio.