Extenção da trégua nos combates incluiu a libertação de mais 20 reféns israelenses e 30 prisioneiros palestinos, segundo o governo do Qatar, além do envio de ajuda humanitária à Gaza.
Por Redação, com DW - de Gaza
Poucas horas antes do fim do quarto e último dia do cessar-fogo no conflito na Faixa Gaza, Israel e o grupo radical islâmico Hamas concordaram em prolongar a trégua por mais dois dias, informou nesta segunda-feira o governo do Qatar, país que media as negociações juntamente com Egito e Estados Unidos.
– O cessar-fogo em vigor desde a manhã de sexta-feira será prorrogado por dois dias – disse Majid al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Qatar.
Pouco antes, o Egito já havia informado que uma extenção da dois dias na trégua estava próxima e que ela incluiria a libertação diária de 10 reféns na Faixa de Gaza em troca de 30 prisioneiros palestinos.
"Os esforços egípcio-qataris para prolongar a trégua humanitária na Faixa de Gaza estão, até agora, perto de alcançar uma prorrogação por mais dois dias", havia adiantado o chefe do Serviço Estatal de Informação, Diaa Rashwan, que atua como porta-voz do governo do Egito.
O porta-voz destacou ainda que, além da troca de reféns por prisioneiros, durante os dois dias de trégua prolongada o cessar-fogo será mantido "em toda a Faixa de Gaza", onde também não será permitido o voo de caças ou drones israelenses.
Quarto dia de trégua em meio a incertezas
Da mesma forma, a entrada de ajuda humanitária, médica e de combustível também continuará em todo o enclave palestino, segundo a nota do Egito, que não forneceu detalhes sobre as quantidades estabelecidas.
Uma trégua de quatro dias entrou em vigor às 7h da sexta-feira passada (hora local, 2h de Brasília), que previa, no total, a libertação de 50 reféns capturados em Israel pela soltura de 150 prisioneiros palestinos e abria a porta para uma extensão de até 10 dias se o Hamas continuasse permitindo a saída de pelo menos 10 reféns por dia.
Tanto o grupo islâmico quanto o governo israelense expressaram publicamente no domingo a disposição de estender o acordo.
Terceiro grupo libertado
No domingo, o Hamas libertou o terceiro grupo de reféns, sendo 14 israelenses, nove menores, quatro mulheres e um homem, e três tailandeses. Da mesma forma que nos dois dias anteriores, o grupo foi entregue à Cruz Vermelha Internacional. Em troca, Israel libertou 39 prisioneiros palestinos.
Uma quarta troca está prevista para esta segunda-feira. Segundo o governo do Egito, desta vez 11 reféns israelenses devem ser libertados.
Mediadores internacionais liderados pelos Estados Unidos, Egito e Qatar se empenharam para prolongar o cessar-fogo.
"Podemos levar todos os reféns para casa. Temos que continuar pressionando", disseram dois parentes de Abigail Edan, a menina israelense-americana de quatro anos libertada após ter sido detida pelo Hamas desde o ataque brutal de 7 de outubro.
– Esse é o nosso objetivo, manter esta pausa além de amanhã (segunda-feira), para que possamos continuar vendo mais reféns saindo e mais ajuda humanitária surgindo para os necessitados em Gaza – disse no domingo o presidente dos EUA, Joe Biden.
– Tenho a sensação de que todos os partidos na região estão à procura de uma forma de acabar com isto, para que todos os reféns sejam libertados – afirmou Biden.
Quase 40 reféns israelenses soltos
Durante a trégua, o Hamas havia libertado até esta segunda-feira 39 reféns israelenses, enquanto Israel havia soltado 117 prisioneiros palestinos, nos termos do acordo. Outros 19 cidadãos estrangeiros também foram libertados de Gaza sob acordos separados.
Acredita-se que alguns reféns estejam detidos por outros grupos militantes que não o Hamas, o que complicará potencialmente futuras libertações.