Embora a roupa não seja expressamente religiosa e seja vendida nas principais grandes lojas francesas, o porta-voz do governo, Olivier Véran, disse nesta segunda-feira que "claramente" é um traje religioso e que a escola "é o templo da laicidade".
Por Redação, com ANSA - de Paris
O governo da França anunciou no domingo que vai proibir nas escolas públicas o uso da "abaya", um traje largo, que vai dos pés à cabeça, usado por mulheres muçulmanas.

Segundo o ministro da Educação, Gabriel Attal, a medida vai começar a valer no início do novo ano escolar, em setembro.
– Queremos dar regras claras a nível nacional aos responsáveis pelas escolas – declarou o ministro, acrescentando que pretende encontrar diretores de escolas para ajudar na aplicação do decreto.
Traje religioso
Embora a roupa não seja expressamente religiosa e seja vendida nas principais grandes lojas francesas, o porta-voz do governo, Olivier Véran, disse nesta segunda-feira que "claramente" é um traje religioso e que a escola "é o templo da laicidade".
– Sempre fomos claros. Não se vai à escola para fazer proselitismo religioso, mas para aprender. Na sala de aula, ninguém deve ficar exposto a sinais religiosos ostensivos.
A medida já começou a sofrer críticas da oposição de esquerda no país, e o partido França Insubmissa (La France insoumise) afirma que a proibição é inconstitucional.
– Até onde vai chegar a polícia da vestimenta? A proposta é contrária aos princípios fundadores da laicidade, sintomática da rejeição obsessiva aos muçulmanos – twittou a deputada Clémentine Autain.